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Salários são baixos, dizem profissionais
Para engenheiros desempregados, vagas existentes oferecem condições incompatíveis com o que exigem
DE SÃO PAULO
"Não recebo resposta nem
de montadoras, em que trabalhei durante dois anos.
Não consigo entender."
Diante da suposta urgência do mercado em contratar
profissionais de sua área, o
engenheiro de controle e automação Rodrigo Oliveira,
24, estranha o fato de estar
desempregado há dois meses
-um tempo que seria razoável em outros setores.
Mesmo com diploma de
instituição de primeira linha,
estágios em grandes empresas, inglês avançado e vivência no exterior, Oliveira e, segundo ele, alguns ex-colegas
têm tido dificuldade de achar
boas oportunidades.
"Há propostas de R$ 1.500,
que, com descontos, representam menos do que se ganha em estágios", assinala.
Profissionais de tecnologia também enfrentam dificuldades. Cássio Murakami,
29, é formado em sistemas de
informação e diz ter experiência em grandes projetos.
No entanto, é outro fora do
mercado há dois meses.
"Meu currículo foi elogiado por colegas com cargo
de gerência, mas é preciso ter
indicação", considera.
O setor em que Murakami
atua, aliás, "tem mais trabalho para engenheiros que a
própria engenharia", na análise do engenheiro Fernando,
29, que pediu para não ter o
sobrenome publicado. "A remuneração é menor."
Do lado das empresas, há
uma reclamação frequente
sobre o nível técnico dos recém-formados que, por
exemplo, deixam a faculdade sem dominar cálculo.
"Sabem usar a tecnologia,
mas não desenvolver fórmulas", diz Orli Machado, presidente da C&M Software.
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