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Ensino de inglês mira tecnologia
Encontro de professores defende uso de ferramentas modernas e mais qualificação do setor
VANESSA PRATA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Foi-se o tempo em que professores de inglês podiam
encarar a profissão como um
"bico" e o mercado exigia
apenas fluência na língua
para ingressar na carreira.
Cada vez mais é necessário
estar por dentro das novas
metodologias e abordagens e
utilizar a tecnologia como
aliada, sem deixar de lado o
aspecto humano do ensino.
Esses foram os motes da
Convenção Nacional Braz-Tesol, que reuniu 1.200 profissionais de ensino de inglês
do Brasil e do mundo de 19 a
22 de julho em São Paulo.
"A profissionalização do
setor é uma tendência. O
mercado está mais exigente e
precisa de professores qualificados e comprometidos",
afirma Vinícius Nobre, vice-presidente da Braz-Tesol, a
maior associação de professores de inglês do país.
Na sessão de abertura,
Patricia Friedrich, professora
da Universidade do Estado
do Arizona, dos EUA, destacou a responsabilidade social do professor de idiomas.
"Dar aulas não é só um
emprego. Devemos ter consciência do impacto do inglês
como língua global e de que a
linguagem pode ser um veículo para resolver conflitos."
INGLÊS GLOBAL
Uma das principais tendências no ensino de inglês é
o uso de tecnologia, como sites, filmes, vídeos do YouTube, blogs e podcasts (arquivos de áudio on-line).
"O professor tem de conhecer as ferramentas e
orientar os alunos a utilizá-las fora da sala de aula também, para o aprendizado na
rapidez que o mercado exige
hoje", diz o inglês Graeme
Hodgson, diretor de língua
inglesa do British Council.
"Quem lutar contra a tecnologia sairá perdendo. É
importante aprender a lidar e
trabalhar com ela", completa
David Crystal, autor de duas
enciclopédias da Cambridge
University Press.
Com a internet, ganha destaque a ideia de um "inglês
global", com mais variedade
linguística do que a tradicional divisão entre o inglês britânico e o norte-americano.
Para o professor Henrique
Moura, respeitar as características culturais dos falantes
não nativos é um dos temas
em pauta atualmente.
"Na China, há mais alunos
aprendendo inglês do que
nativos dessa língua, e isso
tem impacto no ensino. Não é
preciso ter a preocupação de
soar como um nativo, mas
de ser compreendido globalmente", declara Ben Goldstein, professor de cursos on-line da Universitat Oberta de
Catalunya, na Espanha.
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