COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fazer apenas uma festa de fim de ano e chamar os familiares dos funcionários para participar pode não ser a melhor estratégia para obter resultados efetivos de comprometimento do colaborador com a empresa.
Especialistas consultados pela Folha ressaltam que os programas de benefícios que contemplam os parentes dos empregados devem fazer parte de uma política de recursos humanos bem definida.
"Uma ação isolada vai ter um efeito momentâneo e depois se perder", afirma Paulo Lot Júnior, professor de gestão estratégica de pessoas da PUCCamp (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e da Universidade São Francisco.
"É necessário que o funcionário sinta que existe uma preocupação da empresa com sua família e com seu cônjuge", acrescenta o professor.
Lot Júnior conta que, nas companhias para que presta assessoria, o envolvimento da família com a empresa é "muito valorizado" nas pesquisas em que os funcionários avaliam o clima da firma.
Entre os pontos positivos da avaliação, o tema aparece em segundo lugar -em primeiro, está a possibilidade de desenvolvimento da carreira.
Para o professor, esse tipo de benefício pode aumentar a auto-estima e a motivação dos funcionários e, por conseqüência, melhorar a produtividade.
Mas Ana Cristina Limongi França, professora da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo) e especialista em gestão de pessoas em organizações, discorda. "[Esses benefícios] têm uma função muito forte para reduzir insatisfação, mas não necessariamente geram motivação."
A coordenadora da área de gestão de pessoas da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Cecília Marcondes Ferraz, diz que não há um reflexo direto entre benefícios para os familiares e aumento de produtividade.
Mas, salienta, a idéia é mesmo um fator de retenção de colaboradores nas empresas.
"É necessário que as regras dessa política de RH fiquem claras para todas as pessoas para fazer jus ao benefício", destaca Ferraz.

Projetos
A empresa de cosméticos para salão de beleza Maxibrasil, com sede em Belo Horizonte, pretende aumentar as ações de integração com os familiares de seus funcionários.
Por enquanto, filhos, mulheres e maridos só têm contato com a companhia nas confraternizações de fim de ano ou nas festas juninas.
Acrescentar novas iniciativas é uma meta do departamento de RH para melhorar a satisfação do funcionário, segundo Josiane Chagas, responsável pela área de recursos humanos da empresa.
Entre os projetos, que ainda não têm previsão de implantação, estão ampliar para os parentes as palestras sobre saúde a que os funcionários já assistem e abrir o local de trabalho para visita dos filhos dos empregados. "A gente quer que a empresa seja uma referência boa", diz Chagas. (IG)


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