São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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GUIA DOS CONCURSOS

Especialmente na esfera estadual, cortes podem obrigar profissional a esperar anos pela vaga obtida

Para candidato, ser aprovado não garante nomeação

Fernando Moraes/Folha Imagem
Adriana Mazieiro espera há um ano e meio nomeação para procuradoria estadual


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Depois de meses ou mesmo de anos de estudo, a recompensa: passar em um concurso público assegura emprego estável e bom salário para o resto da vida, certo?
Errado. Especialmente no caso de concursos das esferas municipal e estadual, ser aprovado é apenas o primeiro desafio. O segundo é ser convocado e devidamente nomeado para o cargo.
"Abri mão de um salário mais alto na iniciativa privada e passei um ano e meio estudando. Fui aprovada no concurso para procuradora-geral do Estado e espero ser chamada desde 2002", diz a advogada Adriana Mazieiro, 28, que faz parte de um grupo de 120 bacharéis ainda não nomeados.
De fato, o governo estadual reconhece que a situação para contratações não é favorável no momento. Isso porque alcançou quase o limite de gastos com a folha de pagamento. Por isso muitos dos já aprovados em concursos antigos aguardam nomeação.
Outra conseqüência do aperto é a suspensão de novos concursos. Neste ano não deve haver nenhum ligado ao governo estadual.
"Só conseguiremos folga se a arrecadação aumentar, o que depende do reaquecimento da economia. Não haverá nomeações nem novos concursos enquanto o Estado não sair do limite", afirma a assessora especial para assuntos de recursos humanos e gestão do Estado, Evelyn Levy.
No total, 9.585 aprovados em concursos estaduais nos últimos três anos aguardam nomeação. A maioria vem das áreas de educação (63,43%) e de administração penitenciária (34,15%).
"Devemos ser cuidadosos com as contratações. [Elas serão feitas] somente quando forem possíveis e necessárias", diz Levy.

Prefeitura
Já a Prefeitura de São Paulo prevê a realização de mais um concurso em 2004, para a Guarda Civil Metropolitana. O edital deve ser lançado nas próximas semanas, e a prova acontecerá antes do dia 3 de julho.
Por força de lei, a partir dessa data e até o fim do ano, somente poderão ser feitas nomeações de concursos cujos resultados tenham sido homologados antes de 3 de julho. O motivo é a proximidade das eleições de 2004.
Para evitar a demora nas contratações, Márcia Morales, diretora de recursos humanos da prefeitura, afirma que o município prioriza a abertura de pequenos concursos, para contratar de acordo com o caixa disponível.
Entre os concursos municipais que já foram abertos neste ano estão os para agente de apoio (3.854 vagas), professor (1.468) -ambos com inscrições já encerradas- e para o cobiçado cargo de procurador do município (105 vagas), que terá a segunda fase das provas em 9/5. (RAP)


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