São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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gestão

Demanda por reunião virtual cresce em caos aéreo

Videoconferência foi recurso para quem esteve impedido de viajar

Humpert em sala de videoconferência da Procter & Gamble

DA REPORTAGEM LOCAL

A nuvem do vulcão islandês Eyjafjallajokull cobriu a Europa em abril, impedindo o deslocamento aéreo de cerca de 10 milhões de pessoas. A saída para os que tinham reunião marcada foi uma outra nuvem, a que cobre o mundo por meio de computadores interligados.
O impacto foi sentido no mundo todo por causa do aumento de videoconferências. A busca por sistemas de reuniões virtuais cresceu, segundo empresas do setor, como a Cisco e a Talk-AndWrite.
Eduardo Ponce, presidente da Colaboração Virtual, de serviço de videoconferência para empresas, afirma que a procura de companhias para conhecer seus produtos cresceu 200%. As salas que aluga com o equipamento tiveram cerca de 20% a mais de demanda, diz ele.
"Me ligaram dizendo: "não podemos continuar dependendo do sistema aéreo, precisamos de um de contingência"."
A Polycom, que oferece serviços de tecnologia da informação para empresas de videoconferência, notou o aumento de demanda em vários clientes pelo mundo. Entre elas, a Regus, uma das líderes em aluguel de salas para esse tipo de reunião, teve aumento de demanda de 108% no Reino Unido.
Segundo o diretor da Polycom no Brasil, Paulo Ferreira, há uma má interpretação sobre a utilidade deste tipo de serviço nas empresas do país.
De acordo com ele, as empresas buscam a ferramenta apenas para a redução de custo, e não inserem sua utilização nos processos produtivos.
Parte de uma obra, como vistoria dos projetos pode ser feita eletronicamente, reduzindo as viagens para encontro mais decisivos, como escolha de terreno, exemplifica Ferreira.

Preparação
Em emergências, como a do vulcão, a equipe estar preparada para encontros virtuais também faz a diferença, opina Stephanie Humpert, que estava em Londres para treinamento da Procter & Gamble, multinacional de consumo de varejo.
"Temos um programa no computador que permite ver a mesma apresentação [em tempo real, independentemente de onde a pessoa esteja]", destaca.
Com a ferramenta, ela participou de reunião que ocorria em São Paulo, enquanto estava impossibilitada de deixar a capital do Reino Unido.
Bárbara Gurjão, gerente de marketing, fez teleconferência com controladores portugueses impedidos de vir ao Brasil devido à interrupção do tráfego aéreo na Europa.
"A diferença entre uma videoconferência e [uma reunião] presencial, é que eles [os portugueses, quando estão aqui,] ficam dois três dias andando pelo escritório, sentindo o clima das pessoas. Isso ficou defasado", afirma Gurjão.
(AL)


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