São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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EMOÇÕES SOB CONTROLE

Empresas medem nível de inteligência emocional de chefes

Lado técnico pode ficar ofuscado pelo comportamental

Marcelo Justo/Folha Imagem
Adriana Macedo, que gritou com colega e agora diz se controlar


RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os profissionais são contratados pela competência técnica, mas demitidos pelas competências comportamental e emocional. A máxima, com variações, é constante em consultorias e departamentos de RH.
Não é à toa que muitas companhias contam com avaliações de competências emocionais nos relatórios de desempenho. As habilidades técnicas podem ser ofuscadas pela falta de controle sobre as emoções, dizem.
Na montadora Nissan, as competências comportamentais e emocionais são analisadas -e os executivos conhecem sua posição num ranking elaborado pelo RH, sem, no entanto, saberem a dos colegas.
Na empresa de soluções para diagnósticos Roche Diagnóstica, essa "medição" também é feita. "Tínhamos um modelo que considerava resultados atingidos, mas não como eram atingidos", diz a responsável pela área de treinamento e recrutamento Patrícia Neves.
Agora, afirma, a avaliação de cada um é "mais completa e justa", e os planos de desenvolvimento são mais eficazes.
Para consultores, a responsabilidade pelo desenvolvimento das competências emocionais é também da empresa.
"Não é uma invasão, mas uma oportunidade para os colaboradores se aprimorarem", destaca o diretor de desenvolvimento humano Wladimir Martins, da indústria de compostos para plástico Cromex.
Por isso cabe à empresa oferecer cursos e orientação, afirma Adriana Fellipelli, sócia-diretora da consultoria Fellipelli.

Variação
Os nomes adotados variam nas organizações, mas boa parte adota cinco pilares -autoconsciência, autocontrole, automotivação, empatia e habilidades sociais (veja ao lado).
Uma coisa, contudo, é certa: independentemente da terminologia, a avaliação emocional tem se estendido no mercado. Já faz parte da seleção de muitas firmas em diversos cargos, mesmo os operacionais, diz Fátima Ohl Braga, sócia-diretora da consultoria Ohl Braga.
O acompanhamento, porém, ainda faz mais parte do universo dos cargos de chefia. "As ferramentas de monitoramento são acessíveis, mas o investimento no desenvolvimento do profissional é oneroso para as firmas", pondera Marisabel Ribeiro, diretora de gestão de talentos da consultoria Right.


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