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Corte de subsídio da empresa passa dívida de curso para aluno
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Algumas empresas pagam,
parcial ou totalmente, cursos
de aperfeiçoamento para seus
funcionários. Mas o ano começou com um cenário diferente
em muitas delas, que tiveram
de cortar também esses custos.
Um levantamento recente da
consultoria de recursos humanos Towers Perrin aponta que
30% das companhias já cortaram verbas de treinamento,
15% ainda irão fazê-lo e 25% estão analisando essa ação sem
terem tomado uma decisão.
No caso de corte desse tipo
de gasto, quem já começou a
fazer um curso deve tentar
renegociar os valores que não
foram pagos com a instituição
de ensino, diz José Carlos Luxo, professor da FIA (Fundação
Instituto de Administração).
Outras opções são pleitear
uma bolsa de estudo ou apertar
o orçamento e até mesmo usar
reservas para terminar o curso
e não perder o investimento.
"Se o curso agrega competências, vale a pena até pensar em
se desfazer do carro, pois é um
diferencial que vai garantir a
empregabilidade", aconselha
Alexandre Assaf Neto, professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras).
Quem está pensando em iniciar uma especialização agora e
já sabe que não vai contar com
o apoio da empresa deve poupar a quantia necessária para
ter condições de pagar à vista.
"Com o dinheiro em mãos,
também é mais fácil conseguir
desconto", observa Luxo.
Bolsa
Uma saída popular entre estudantes é tentar uma bolsa de
estudo na instituição de ensino.
Dependendo da modalidade,
custeia até 100% do curso.
"Se o aluno tiver um histórico bom, as instituições terão
interesse em mantê-lo e poderão negociar facilidades, muitas vezes sem juros", acrescenta Assaf Neto, da Fipecafi.
Esse é um recurso imprevisível, já que o aluno não tem como saber de antemão se conseguirá a bolsa ou o acordo.
Apesar da precaução, há
quem aproveite o momento para ganhar bagagem no exterior
de olho em oportunidades.
O economista Gustavo Pimentel, 28, pegou as economias
de dois anos para pagar 10 mil
dos 48 mil de uma pós-graduação na IE Business School,
em Madri. O restante foi pago
com empréstimo com um banco parceiro da escola. "A taxa
de juros atual é de 3% ao ano,
algo que não existe no Brasil."
Agora, espera ter um aumento de cerca de 50% em relação
ao emprego anterior, além
de aumento nas responsabilidades.
(JV)
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