São Paulo, domingo, 03 de junho de 2007

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Oferta de cursos técnicos a distância aumenta 22%

Tecnologia permite ao aluno ganhar experiência prática pelo computador

Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Isaque Audician fez curso de transações imobiliárias pelo correio


ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Finanças limitadas, mas vontade de entrar no mercado de trabalho com alguma qualificação. Era esse o dilema de Celso Lobo, 61, aos 13 anos.
A alternativa, conta Lobo, foi um curso a distância de eletrônica focada em rádio e TV ofertado pelo Instituto Monitor. Sinal dos tempos, a instituição, que há 68 anos trabalha com educação por correspondência, passa a oferecer, no próximo mês, cursos pela internet.
Atualmente, Lobo trabalha em uma grande empresa do setor eletroeletrônico nos Estados Unidos e diz que a capacitação para o trabalho, feita por correspondência, foi essencial em seu desenvolvimento.
"O preço era razoável e não havia restrições de idade nem pressão por tempo. Trabalho nesse mesmo campo até hoje."
Apesar do contra-senso de ter a distância uma aula essencialmente prática, a procura pela educação profissional não presencial tem aumentado a cada ano e ganhado força como qualificação para o trabalho.
Reflexo disso é que a formação específica caminha a passos apressados. Em 2005, havia 54 cursos técnicos a distância no país. Em 2006, eram 66, aponta o Abraead 2007 (Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância). Um aumento, portanto, de 22%.
"O modelo pode auxiliar na capacitação de trabalhadores e, por isso, seu uso cresce entre as empresas que praticam educação corporativa, pois a educação a distância [EAD] permite dispor de mobilidade estrutural para estudar no ambiente e nos horários que melhor convierem", diz Fábio Sanches, coordenador do levantamento.

Requalificação
Procurada sobretudo por interessados na atualização e na requalificação profissional, a área de EAD do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) oferece cursos a distancia como automação industrial -o mais procurado da instituição-, microcontroladores e linguagem de programação.
É uma tecnologia que substitui o ambiente de aula em que o estudante aplica os conhecimentos adquiridos. "Tudo o que ele faria na prática, faz no simulador. A única diferença é que lá [no presencial] aperta o botão, e aqui, o mouse", diz Ivete Palange, do Senai.
Um dos desafios para quem decide estudar a distância é exatamente permanecer no curso: falta de tempo para estudar determina seu abandono.


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