São Paulo, domingo, 03 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sua carreira: vendas diretas

Setor cresce 16% no 1º semestre

Revendedor autônomo encontra novos ramos para atuar, de vestuário a suco importado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para trabalhar com vendas diretas, dizem especialistas da área, gostar de se relacionar é o primeiro passo. A partir daí, basta escolher um produto.
Nessa etapa, é importante perceber que não é só de cosméticos que vive o setor: é possível revender suplementos nutricionais, utilidades domésticas, vestuário e até suco.
Hoje, há mais de 1,5 milhão de profissionais revendedores no país, o que faz do Brasil o quinto no ranking mundial. No primeiro semestre de 2006, o setor movimentou R$ 6,4 bilhões, 16% a mais do que no mesmo período de 2005 (sem descontar a inflação).
O segmento vem mantendo ritmo de crescimento desde 2002, segundo a Abevd (associação do setor). O presidente da entidade, Rodolfo Guttilla, diz que, apesar dos números, existe muito campo a explorar: "O perfil no Brasil ainda é de concentração nos segmentos de higiene e cosméticos".

Características
No Brasil, o vendedor direto é um profissional autônomo que adquire produtos das empresas com até 30% de desconto com o objetivo de revender.
A maioria (83%) é mulher e tem entre 18 e 49 anos. Para Guttilla, a explicação está em duas características femininas: flexibilidade e familiaridade com os produtos. Entre as facilidades, não há limite de vagas e a maioria recebe treinamento.
"A única coisa de que meus filhos reclamam é que não tenho fim de semana", afirma Edinete Bitencourt da Silva, 47, promotora da Hermes. Ela, por outro lado, comemora até quando é "arrancada" da cama.
Silva começou como revendedora: fez um cadastro na empresa e passou a oferecer produtos de utilidades domésticas e roupas aos vizinhos e amigos.
Hoje, tem 70 revendedoras sob sua responsabilidade e um contrato de prestação de serviços com a Hermes. Como promotora (autônoma), recebe 5% sobre as vendas de sua equipe. Comprou um carro e tem uma linha telefônica para o negócio.
Já Marcelo Serakides, 37, se diz um profissional independente. De cliente da Tahitian Noni (empresa que produz suco à base de noni, uma fruta do Taiti) passou a vendedor e, no primeiro mês, ganhou R$ 976.
O rendimento foi crescendo, e ele abriu uma empresa, que hoje reúne 4.000 vendedores. "Quando comecei, tinha uma dívida de R$ 25 mil. Agora, minha renda ultrapassa os R$ 50 mil [ao mês]", contrasta.
Para atingir um nível estável, no entanto, o caminho é árduo. Sem muita organização, planejamento e proatividade, dizem os profissionais, é difícil destacar-se na multidão. (RGV)


Texto Anterior: Dicas do curso
Próximo Texto: Dados do setor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.