São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

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Aula estrangeira afia aprendizado

Curso curto em outro país melhora fluência e permite testar socialmente o uso do idioma

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de passar o ano todo tendo aulas de inglês, espanhol, francês e tantos outros idiomas, tem gente que quer continuar estudando até nas férias. E não é má idéia.
Dá para aproveitar o mês de folga e fazer uma viagem que alie curso rápido a um mergulho na cultura de outro país e pôr em prática o que aprendeu.
É uma opção interessante para quem domina o idioma em nível intermediário. "É recomendável aos que têm base sólida e querem conseguir fluência", avalia o neurobiólogo Martin Cammarota, vice- diretor do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Ele aponta que os maiores benefícios de estudar em terra estrangeira são usar o idioma em situações reais e reconhecer a má utilização de certas regras gramaticais.
Para a estudante Camila Soffarelle Ramos, 22, a experiência deu certo. Ela passou dois meses em Londres e aprimorou a fluência no inglês. "Ninguém entende se você não fala o idioma. Isso incentiva a aprender."
O bate-papo é o maior trunfo da imersão, diz Christian Philip Klein, mestre em lingüística aplicada pela UnB (Universidade de Brasília), pois aprimora o aprendizado. "O problema é que as pessoas fazem "confrarias" de brasileiros no exterior e acabam falando só português", alerta Cammarota.
A gerente de loja Paula Cavalcante, 22, passou dois meses estudando italiano em Florença e, mesmo na companhia de uma amiga brasileira, fugiu do português. "Procuramos falar italiano entre nós. Saí falando quase fluentemente."
A programadora Karina Takakura, 27, também achou bom se afastar dos conterrâneos quando foi a Córdoba (Argentina). "Queria aproveitar as férias e, como estava muito caro viajar no Brasil, compensava ir para o exterior." Após duas semanas de curso, ela diz ter aprendido mais rápido do que se tivesse estudado aqui. "A melhor coisa é ir para um lugar onde não haja brasileiros."


Novos destinos
Quem se arrepia ao pensar em despesas em euro ou quer conhecer novas paisagens pode escolher destinos mais belos e econômicos -o cardápio das operadoras está mais variado.
Em vez de ir à Europa, pode-se treinar o espanhol em países como o Chile e a Argentina, mais baratos, ou ir mais longe para conhecer Cuba e México.
O inglês pode ser testado em cenários mais exóticos do que os EUA, a Inglaterra e o Canadá, como a ilha de Malta, a República Dominicana.
Antes de partir, porém, é preciso buscar informações sobre os "novos" países na internet e em agências de intercâmbio. É interessante procurar saber se oferecem boa infra-estrutura para estrangeiros e se o sotaque de lá é acentuado.
Quando escolheu estudar por um mês na Cidade do Cabo (África do Sul), a gerente de loja Monica Lina Rodrigues, 26, já havia viajado para a Europa e os Estados Unidos. "Já falava bem o inglês, mas queria aperfeiçoá-lo e conhecer uma nova cultura", diz ela, que é estudante de relações internacionais e procura, a cada viagem, ganhar mais fluência no idioma.


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