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A passeio
Paris tem tantas surpresas quanto nuances do idioma
Na rua, o aprendizado da língua aos poucos revela detalhes e achados
GIOVANNY GEROLLA
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Para entender o verdadeiro
significado do idioma francês,
não é suficiente ficar em Paris
apenas uma semana. A grandiosa capital oferece tantas atividades culturais e gastronômicas quanto sua língua esbanja
exceções e pequenas surpresas.
"Se o aluno já fala francês,
uma semana de curso é uma excelente opção para refrescar a
memória e praticar conversação nas ruas", indica Jean-François Vouilloux, representante de relações exteriores da
escola France Langue. "Já se o
nível for básico, quatro semanas serão um bom começo."
A publicitária brasileira
Evelyn Fonseca, 23, fez dois
meses de curso intensivo em
São Paulo antes de chegar ao
Arco do Triunfo e sair falando.
"O curso aqui pega nos detalhes
da língua. No Brasil, aprende-se uma conversação geral."
Hospedada em casa de família, ela acompanha o curso para
iniciantes e confessa ter ficado
um pouco frustrada na primeira semana. "Tenho a impressão
de que não aprendi muita coisa
nova, ainda não falo francês. A
vantagem é que agora posso
manter uma conversa ouvindo
francês e falando inglês quando
necessário", conta Fonseca,
que diz se sentir um pouco
"perdida" na cidade.
Para aproveitar bem a estada
na França, contudo, é importante não se prender só às aulas, e sim participar de atividades paralelas com professores e
guias franceses e colocar os conhecimentos em prática.
Há também passeios com colegas da escola, de várias nacionalidades: chineses, japoneses,
americanos, italianos, alemães,
árabes e espanhóis.
Ainda que o vocabulário inicial seja insuficiente para manter o ritmo da conversa, é possível treinar o que já se sabe em
restaurantes e cafés ou no guichê da estação de trem.
A produtora de moda Giuliana Cruz, 22, começou o curso
dia 6 de novembro, "no zero",
e já aprendeu a se articular.
"Vale muito a pena, e o complemento é, sem dúvida, o dia-a-dia em francês", avalia.
"O processo aqui é muito
mais rápido. Com um mês de
curso, entendo praticamente
tudo e estou chegando à segunda metade do nível intermediário", conta a jornalista Isabella
Cantarelli, 25, que diz acreditar
ser a gramática a parte mais
exigente da língua.
"No Brasil, eu teria feito pelo
menos dois anos de curso para
chegar aonde estou. Lá, perde-se muito tempo com coisas que
os franceses não usam mais."
Hospedagem e visto
Para quem pretende ficar em
moradia de família, vale pedir à
escola o perfil mais completo
possível dos donos da casa.
Isso evita problemas de
adaptação aos costumes de
seus moradores e diferenças
relacionadas aos horários ou
mesmo à falta de privacidade.
"Minha família é muito liberal
e não se importa com meus horários de chegada e de saída",
pondera Fonseca, satisfeita.
Com o plano de passar cinco
meses na cidade, ela conta que
teve dificuldade para conseguir
o visto de estudante de francês.
"Foram dois meses só correndo
atrás de documentos", diz.
"Estamos em conversa com
ministérios e tentando fazer
um acordo com as embaixadas
a fim de facilitar a vida dos estudantes que vêm para um período mais longo", diz Vouilloux,
que também é representante
de escolas de francês para estrangeiros na França.
O jornalista Giovanny Gerolla viajou a convite da
Central de Intercâmbio
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