São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

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A passeio

Paris tem tantas surpresas quanto nuances do idioma

Na rua, o aprendizado da língua aos poucos revela detalhes e achados

GIOVANNY GEROLLA
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Para entender o verdadeiro significado do idioma francês, não é suficiente ficar em Paris apenas uma semana. A grandiosa capital oferece tantas atividades culturais e gastronômicas quanto sua língua esbanja exceções e pequenas surpresas.
"Se o aluno já fala francês, uma semana de curso é uma excelente opção para refrescar a memória e praticar conversação nas ruas", indica Jean-François Vouilloux, representante de relações exteriores da escola France Langue. "Já se o nível for básico, quatro semanas serão um bom começo."
A publicitária brasileira Evelyn Fonseca, 23, fez dois meses de curso intensivo em São Paulo antes de chegar ao Arco do Triunfo e sair falando. "O curso aqui pega nos detalhes da língua. No Brasil, aprende-se uma conversação geral."
Hospedada em casa de família, ela acompanha o curso para iniciantes e confessa ter ficado um pouco frustrada na primeira semana. "Tenho a impressão de que não aprendi muita coisa nova, ainda não falo francês. A vantagem é que agora posso manter uma conversa ouvindo francês e falando inglês quando necessário", conta Fonseca, que diz se sentir um pouco "perdida" na cidade.
Para aproveitar bem a estada na França, contudo, é importante não se prender só às aulas, e sim participar de atividades paralelas com professores e guias franceses e colocar os conhecimentos em prática.
Há também passeios com colegas da escola, de várias nacionalidades: chineses, japoneses, americanos, italianos, alemães, árabes e espanhóis.
Ainda que o vocabulário inicial seja insuficiente para manter o ritmo da conversa, é possível treinar o que já se sabe em restaurantes e cafés ou no guichê da estação de trem.
A produtora de moda Giuliana Cruz, 22, começou o curso dia 6 de novembro, "no zero", e já aprendeu a se articular. "Vale muito a pena, e o complemento é, sem dúvida, o dia-a-dia em francês", avalia.
"O processo aqui é muito mais rápido. Com um mês de curso, entendo praticamente tudo e estou chegando à segunda metade do nível intermediário", conta a jornalista Isabella Cantarelli, 25, que diz acreditar ser a gramática a parte mais exigente da língua.
"No Brasil, eu teria feito pelo menos dois anos de curso para chegar aonde estou. Lá, perde-se muito tempo com coisas que os franceses não usam mais."

Hospedagem e visto
Para quem pretende ficar em moradia de família, vale pedir à escola o perfil mais completo possível dos donos da casa.
Isso evita problemas de adaptação aos costumes de seus moradores e diferenças relacionadas aos horários ou mesmo à falta de privacidade. "Minha família é muito liberal e não se importa com meus horários de chegada e de saída", pondera Fonseca, satisfeita.
Com o plano de passar cinco meses na cidade, ela conta que teve dificuldade para conseguir o visto de estudante de francês. "Foram dois meses só correndo atrás de documentos", diz.
"Estamos em conversa com ministérios e tentando fazer um acordo com as embaixadas a fim de facilitar a vida dos estudantes que vêm para um período mais longo", diz Vouilloux, que também é representante de escolas de francês para estrangeiros na França.


O jornalista Giovanny Gerolla viajou a convite da Central de Intercâmbio


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