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Novos trajetos
Ocupação feminina chega a 56% no ensino superior
Habilitações como engenharia, porém, têm poucas mulheres em sala
DA REPORTAGEM LOCAL
As mulheres dominam hoje o
ensino superior: representam
56% dos estudantes de cursos
de graduação presenciais, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira).
É na academia, no entanto,
que começa parte da diferença
observada no mercado de trabalho. A escolha de estudantes,
por vezes, reforça a tradição
dos sexos em algumas áreas.
Engenharia é um dos exemplos. Apesar de ter havido um
aumento no número de mulheres matriculadas nessa graduação, áreas como aeronáutica e
mecatrônica continuam a computar índices inferiores a 6% de
concluintes do sexo feminino.
A de eletrotécnica teve 5,3%
de concluintes mulheres no último censo educacional. Pris-
cilla Pimenta, 21, do terceiro
ano, é uma das que pretendem
incrementar esse percentual.
A universitária diz não acreditar que enfrentará preconceitos na trajetória profissional.
Mas conta que já encontrou, algumas vezes, ofertas de estágio
que recrutavam somente estudantes do sexo masculino.
"Quero crer que haja essa limitação porque o cargo exige
força física", considera.
Graduada há dez anos em engenharia civil, Kelly Ferro, 32,
também diz ter encontrado
anúncios com ofertas de estágio que restringiam a participação de mulheres na seleção.
Afirma que o sexo foi o fator
que a barrou em uma seleção
durante a graduação. "O entrevistador disse que não me deixaria sozinha em um lugar
cheio de homens", lembra.
Sua trajetória mudou ao participar de um processo seletivo
de uma firma de engenharia
que só recrutava mulheres.
Há dois anos, ela atua no departamento de engenharia de
pós-vendas da Tecnisa. "As
mulheres têm mais habilidade
nessa área", assinala.
Ascensão
O ingresso das mulheres nas
universidades, destaca a pesquisadora da Fundação Carlos
Chagas Cristina Bruschini, permite que as mulheres tenham
ocupações mais qualificadas.
"Não há diferenças entre homens e elas em relação à produtividade. Estamos na era do
computador, não há mais necessidade de força física."
Apesar de destacar o aumento da presença feminina em
carreiras como medicina, direito e engenharia, Bruschini ressalta que diferenças históricas,
como a desproporção salarial,
"persistem e vão continuar".
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