São Paulo, domingo, 04 de março de 2007

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sua carreira

Aposentadoria ainda é incógnita

Para consultores de RH, 60% dos profissionais têm poucas noções de previdência corporativa

DENISE GALVANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A analista de suprimentos Claudia Foz, 38, participa do plano de previdência da empresa em que trabalha, mas não sabe exatamente quanto receberá depois de aposentada.
Foz ingressou no plano corporativo quando passou a trabalhar na Novo Nordisk, há oito anos. Só há três, porém, que contribui com parte do salário de forma disciplinada. "Eu me arrependo. Se tivesse condições, teria começado a poupar antes", comenta a analista.
Casos como o dela retratam a trajetória da maioria dos funcionários que integram os planos corporativos de previdência, na percepção de quem administra o serviço na empresa.
Uma pesquisa da consultoria Watson Wyatt feita com consultores de RH de 130 empresas constatou que os funcionários não acompanham os fundos dos quais participam.
Cerca de 25% deles avaliam que o nível de adesão ao plano empresarial é inferior a 70% dos funcionários-dos quais 60% conhecem pouco da renda com a qual se aposentarão.
Esse panorama, no entanto, tende a se alterar em breve. O regime de contribuição definida, que aos poucos substitui o de benefício definido -em que o valor da aposentadoria é pré-fixado-, começa a exigir mais atenção dos trabalhadores.
Com as empresas livres do compromisso de assegurar os vencimentos dos aposentados, os empregados terão de calcular periodicamente sua fatia de contribuição e acompanhar de perto o rendimento do fundo.

Superprevenido
José Luiz Antunes, gerente regional da Pfizer, já tinha um plano individual em um banco antes de entrar na empresa. Aderiu ao plano corporativo há oito anos e, desde então, vem transferindo os investimentos.
"Comecei contribuindo com 6% do salário, mas à medida que fui conhecendo melhor o plano, reduzi a margem no individual e incrementei a contribuição no plano da empresa."
O consultor Edson Carvalhaes, da Watson Wyatt, concorda com a tática de Antunes. "Contribuir com um plano corporativo é mais vantajoso do que fazer um plano individual porque a empresa colabora com uma parte e arca com os custos de administração", diz.
Mas ele ressalta que, antes de escolher o melhor plano de previdência, o ideal é fazer uma estimativa de como serão seus gastos depois de aposentado.
"O mercado trabalha com um percentual de 60% a 70% do último salário como meta para a aposentadoria. Se um funcionário ganha, por exemplo, menos de R$ 4.000, só o teto do INSS já chega a esse percentual. Talvez para ele o ideal seja outro investimento em vez de previdência complementar."
O gerente de sistemas Rogério Rosa, que tem pela frente ao menos 20 anos de trabalho, estabeleceu como meta aposentadoria de 75% do salário.
"É mais ou menos o que sobra do líquido hoje", comenta. "Invisto 12% da minha renda, que é o limite para a dedução no Imposto de Renda", conta.


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