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sua carreira
Aposentadoria ainda é incógnita
Para consultores de RH, 60% dos profissionais têm poucas noções de previdência corporativa
DENISE GALVANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A analista de suprimentos
Claudia Foz, 38, participa do
plano de previdência da empresa em que trabalha, mas não
sabe exatamente quanto receberá depois de aposentada.
Foz ingressou no plano corporativo quando passou a trabalhar na Novo Nordisk, há oito
anos. Só há três, porém, que
contribui com parte do salário
de forma disciplinada. "Eu me
arrependo. Se tivesse condições, teria começado a poupar
antes", comenta a analista.
Casos como o dela retratam a
trajetória da maioria dos funcionários que integram os planos corporativos de previdência, na percepção de quem administra o serviço na empresa.
Uma pesquisa da consultoria
Watson Wyatt feita com consultores de RH de 130 empresas constatou que os funcionários não acompanham os fundos dos quais participam.
Cerca de 25% deles avaliam
que o nível de adesão ao plano
empresarial é inferior a 70%
dos funcionários-dos quais
60% conhecem pouco da renda
com a qual se aposentarão.
Esse panorama, no entanto,
tende a se alterar em breve. O
regime de contribuição definida, que aos poucos substitui o
de benefício definido -em que
o valor da aposentadoria é pré-fixado-, começa a exigir mais
atenção dos trabalhadores.
Com as empresas livres do
compromisso de assegurar os
vencimentos dos aposentados,
os empregados terão de calcular periodicamente sua fatia de
contribuição e acompanhar de
perto o rendimento do fundo.
Superprevenido
José Luiz Antunes, gerente
regional da Pfizer, já tinha um
plano individual em um banco
antes de entrar na empresa.
Aderiu ao plano corporativo há
oito anos e, desde então, vem
transferindo os investimentos.
"Comecei contribuindo com
6% do salário, mas à medida
que fui conhecendo melhor o
plano, reduzi a margem no individual e incrementei a contribuição no plano da empresa."
O consultor Edson Carvalhaes, da Watson Wyatt, concorda com a tática de Antunes.
"Contribuir com um plano corporativo é mais vantajoso do
que fazer um plano individual
porque a empresa colabora
com uma parte e arca com os
custos de administração", diz.
Mas ele ressalta que, antes de
escolher o melhor plano de previdência, o ideal é fazer uma estimativa de como serão seus
gastos depois de aposentado.
"O mercado trabalha com um
percentual de 60% a 70% do último salário como meta para a
aposentadoria. Se um funcionário ganha, por exemplo, menos de R$ 4.000, só o teto do
INSS já chega a esse percentual. Talvez para ele o ideal seja
outro investimento em vez de
previdência complementar."
O gerente de sistemas Rogério Rosa, que tem pela frente ao
menos 20 anos de trabalho, estabeleceu como meta aposentadoria de 75% do salário.
"É mais ou menos o que sobra do líquido hoje", comenta.
"Invisto 12% da minha renda,
que é o limite para a dedução
no Imposto de Renda", conta.
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