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PROGRAMAS DO GOVERNO
Só 25% das empresas dizem efetivar por política pública
Ministro do Trabalho alega que firmas têm dividas e ficam fora de ações
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas listam vários
motivos para contratar jovens
profissionais sem experiência.
A maioria (89%) diz que eles
são mais dispostos a aprender.
Diversificar o quadro de funcionários é motivo para 67%.
No entanto, quando se fala em
incentivos governamentais,
apenas 25% das empresas citam esse apecto como relevante na hora de contratar pessoas
sem experiência no mercado.
Esse é o panorama apontado
pela pesquisa Datafolha.
Os números das ações conduzidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego refletem o interesse da iniciativa privada em
integrar jovens carentes em
seu quadro de funcionários. Até
o mês passado, 6.588 pessoas
entre 16 e 24 anos tiveram a
carteira assinada por meio do
plano de subvenção econômica, uma das ações do Programa
Primeiro Emprego. Essa iniciativa foi uma das mais comentadas e dela eram esperados resultados mais vultosos.
"A subvenção econômica não
deslanchou porque as empresas precisavam estar em dia
com as obrigações sociais para
participar do programa, e é
grande o número das que têm
dívidas", explica o ministro do
Trabalho, Luiz Marinho.
Segundo ele, o programa ainda esbarrou em outro problema: muitas outras empresas
não se interessaram na contratação desses profissionais.
"Concretamente, vamos
manter essa ação, mas não é a
única possibilidade de inserção
desses jovens no mercado de
trabalho", opina Marinho. E
acrescenta: "É preciso entender [o Programa Primeiro Emprego] de maneira ampla. O ministério tem várias ações. Mas
só se fala de uma delas, a da
subvenção econômica".
O ministro prefere usar os
dados globais, que envolvem
outras iniciativas, e que indicam que, desde o início do Programa Primeiro Emprego, foram inseridos 108.022 jovens
no mercado de trabalho. O programa também ajudou a capacitar 219.804 pessoas.
Dos novos empregados,
18.900 conseguiram o trabalho
graças aos consórcios nacionais
da juventude, realizados em
parceria com entidades não governamentais, movimentos sociais e organizações da juventude. "Se não conseguirem empregar pelo menos 30% dos
profissionais capacitados, têm
de devolver os recursos ao ministério", assinala o ministro. A
média de sucesso, segundo o
ministro, é de cerca de 35%.
Já foram investidos R$ 140
milhões nessa ação e, de acordo
com Marinho, nenhuma das
entidades ficou abaixo da meta
de inserção de jovens.
O Juventude Cidadã acumulou 977; o Jovem Empreendedor, 433. O Aprendiz é o recordista, com 75% das contratações (leia mais na pág. 7)
Marinho, no entanto, diz não
acreditar que as ações isoladas
sejam o único remédio para o
desemprego entre os jovens.
"[A solução] é a combinação
de uma economia estável com
um crescimento sustentado, de
forma contínua", declara.
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