São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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PROGRAMAS DO GOVERNO

Só 25% das empresas dizem efetivar por política pública

Ministro do Trabalho alega que firmas têm dividas e ficam fora de ações

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas listam vários motivos para contratar jovens profissionais sem experiência. A maioria (89%) diz que eles são mais dispostos a aprender. Diversificar o quadro de funcionários é motivo para 67%. No entanto, quando se fala em incentivos governamentais, apenas 25% das empresas citam esse apecto como relevante na hora de contratar pessoas sem experiência no mercado.
Esse é o panorama apontado pela pesquisa Datafolha.
Os números das ações conduzidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego refletem o interesse da iniciativa privada em integrar jovens carentes em seu quadro de funcionários. Até o mês passado, 6.588 pessoas entre 16 e 24 anos tiveram a carteira assinada por meio do plano de subvenção econômica, uma das ações do Programa Primeiro Emprego. Essa iniciativa foi uma das mais comentadas e dela eram esperados resultados mais vultosos.
"A subvenção econômica não deslanchou porque as empresas precisavam estar em dia com as obrigações sociais para participar do programa, e é grande o número das que têm dívidas", explica o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Segundo ele, o programa ainda esbarrou em outro problema: muitas outras empresas não se interessaram na contratação desses profissionais.
"Concretamente, vamos manter essa ação, mas não é a única possibilidade de inserção desses jovens no mercado de trabalho", opina Marinho. E acrescenta: "É preciso entender [o Programa Primeiro Emprego] de maneira ampla. O ministério tem várias ações. Mas só se fala de uma delas, a da subvenção econômica".
O ministro prefere usar os dados globais, que envolvem outras iniciativas, e que indicam que, desde o início do Programa Primeiro Emprego, foram inseridos 108.022 jovens no mercado de trabalho. O programa também ajudou a capacitar 219.804 pessoas.
Dos novos empregados, 18.900 conseguiram o trabalho graças aos consórcios nacionais da juventude, realizados em parceria com entidades não governamentais, movimentos sociais e organizações da juventude. "Se não conseguirem empregar pelo menos 30% dos profissionais capacitados, têm de devolver os recursos ao ministério", assinala o ministro. A média de sucesso, segundo o ministro, é de cerca de 35%.
Já foram investidos R$ 140 milhões nessa ação e, de acordo com Marinho, nenhuma das entidades ficou abaixo da meta de inserção de jovens.
O Juventude Cidadã acumulou 977; o Jovem Empreendedor, 433. O Aprendiz é o recordista, com 75% das contratações (leia mais na pág. 7)
Marinho, no entanto, diz não acreditar que as ações isoladas sejam o único remédio para o desemprego entre os jovens.
"[A solução] é a combinação de uma economia estável com um crescimento sustentado, de forma contínua", declara.


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