|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚLTIPLO COMUM
Segundo mais procurado, direito tem campo restrito
Já em pedagogia, concursos sinalizam demanda aquecida por professor
DA REPORTAGEM LOCAL
Administração é a primeira
em número de estudantes. Mas
a segunda colocada não fica
muito atrás. Em 2004, de acordo com o MEC (Ministério da
Educação), 533.317 pessoas estavam matriculadas em direito.
O terceiro lugar era ocupado
por pedagogia, com 278.026.
A democratização do ensino
superior permitiu um aumento
de freqüência de 26% de 2001 a
2003. Desde o início da década,
o total de matrículas em instituições de ensino superior no
país cresceu 55%.
Apesar de os profissionais
com diploma de graduação ainda serem minoria no mercado
de trabalho, o aumento de instituições de ensino superior e,
conseqüentemente, de alunos,
fez crescer a concorrência no
mercado, já que as vagas não foram criadas no mesmo ritmo.
"A oferta de vagas na graduação foi ampliada sem critérios",
opina o presidente da comissão
de ensino jurídico da OAB-SP
(Ordem dos Advogados do Brasil), Sebastião Tojal. "O mercado não tem necessidade de todos os que se formam."
Tojal afirma que apenas os
que saem da faculdade com
bons conhecimentos terão
chance no mercado. E aconselha: "É importante que eles
busquem ramos do direito que
estão se desenvolvendo".
Parte desses estudantes, no
entanto, compõe o grupo dos
que prestaram vestibular e estudaram, mas não têm planos
para "desengavetar o diploma".
Graduada em direito, Elisabeth Giraldi, 34, sequer fez a
prova da OAB, requisito para o
exercício da profissão.
"Eu era muito nova quando
ingressei na universidade. Não
sabia o que queria", lembra.
Por não ter feito estágio, diz
ela, "não conseguiria um bom
emprego em uma grande empresa". Por isso seguiu pelo comércio e, hoje, comanda uma
loja de doces, a Maria Bolo.
"O que aprendi na faculdade
não me ajudou muito", completa Giraldi. Depois, retifica:
"Talvez use o que estudei em alguns momentos, mas não
aprendi a dar valor a isso".
Nas salas de aula
O aumento da oferta de vagas
não se deu apenas no ensino superior. E é isso o que ajuda a impulsionar a área de pedagogia.
"Há uma demanda reprimida, já que, hoje, quase 100% das
crianças de 6 a 14 anos estão na
escola", explica Gisela Wajskop, diretora do Instituto Singularidades. De acordo com ela,
a universalização do ensino, intensificada há 15 anos, fez "aumentar o número de alunos,
mas não o de professores".
A diretora do Sinpro-Rio
(sindicato dos professores do
Rio de Janeiro), Ireni Felizardo, minimiza: "Tem havido
muitos concursos para professor nos últimos tempos".
(RB)
Texto Anterior: Presente e futuro Próximo Texto: Engenheiros poderão atuar em mais áreas Índice
|