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Desconhecimento atinge recrutador
Selecionadores ainda não identificam as competências de recém-formados nas graduações multidisciplinares
DE SÃO PAULO
Responsáveis por selecionar os jovens que trocam a
carteira da sala de aula pela
cadeira do trabalho, muitos
selecionadores ainda desconhecem o que graduandos
de cursos multidisciplinares
como os da USP Leste podem
oferecer como profissionais.
Para saber como está a empregabilidade desses recém-formados, a Folha procurou
dez recrutadores e consultores de carreira. A maioria diz
não saber argumentar sobre
as chances desses jovens.
"Não tenho como comentar sobre os cursos, pois são
muito específicos e não são
solicitados em nossas vagas
para o mercado corporativo", indica Renata Schmidt,
gerente da Foco Talentos.
Paradoxalmente, "cursos
como lazer e turismo, gerontologia e gestão ambiental
atendem a uma demanda
crescente do país", opina Neli Barboza, da Ricardo Xavier
Recursos Humanos.
São reflexo do momento
que o Brasil vive, à espera de
uma Copa do Mundo e uma
Olimpíada, com a população
cada vez mais idosa e de olho
na exigência mundial de sustentabilidade nos negócios.
Como são cursos novos,
dizem os consultores, não
houve contato com os graduados. Em alguns casos, como nos de gerontologia e
ciências da natureza, até a
atuação é desconhecida.
"O mercado de trabalho
está sempre em mudança,
e os profissionais contratantes podem não acompanhar
as novidades em relação aos
cursos", assinala a consultora da Career Center Marisa
da Silva.
A falta de conhecimento,
porém, não significa exclusão na hora de preencher as
vagas. Nessa fase da carreira,
salientam recrutadores, mais
vale o desempenho comportamental nas seleções.
"Nos destacamos na entrevista porque outras escolas
são voltadas para comunicação, enquanto a nossa enfoca negócios", compara Bruno Monteiro, 22, que se forma
em marketing em dezembro.
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