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Mercado carece de contadores
64% das empresas têm dificuldade de preencher vagas, diz pesquisa
CAROLINE PELLEGRINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar de contar com 412
mil profissionais registrados
no CFC (Conselho Federal
de Contabilidade), a área de
ciências contábeis vive hoje
um desafio: a falta de mão
de obra qualificada no país.
A quantidade de formados, justifica o conselho, é insuficiente para atender à necessidade dos 5 milhões
de empresas no Brasil.
Segundo a vice-presidente
do CFC, Maria Clara Cavalcante Bugarim, a taxa de empregabilidade de contadores
é superior a 90%. "O campo
de trabalho é bastante vasto,
e existe demanda em diversas áreas, como auditoria e
controladoria", sinaliza.
Um levantamento da consultoria Manpower com 850
recrutadores de grandes empresas brasileiras dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná
confirma a escassez. Pelo estudo, elaborado no primeiro
trimestre de 2010, 64% das
companhias indicaram dificuldade em preencher vagas.
A carência está ligada às
peculiaridades das ciências
contábeis, avalia o coordenador de pós-graduação em
contabilidade da FEA-USP
(Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade), Edgar Cornachione.
"No país, há 50 atribuições
que só podem ser exercidas
por um profissional registrado, tais como avaliação patrimonial e implantação de plano de depreciação", afirma.
Segundo Cornachione, a
demanda maior é por profissionais com ensino superior.
"Neste momento de sofisticação da economia brasileira e
de modernização da contabilidade, são necessárias pessoas dinâmicas e altamente
qualificadas para acompanhar esse movimento", diz.
REQUISITOS
Exemplo disso, ressalta o
chefe do departamento de
ciências contábeis da PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica), Gleubert Carlos
Coliath, é a lei nº 11.638.
Em vigor desde dezembro de
2007, ela traz práticas internacionais para o dia a dia das
companhias brasileiras.
"O mercado precisa de
pessoas que dominem idiomas, principalmente inglês e
espanhol, e que acompanhem normas internacionais
da contabilidade", pontua.
Graduado em ciências
contábeis, Luiz Pegoraro, 25,
acrescenta outra exigência
-além de idioma estrangeiro
e atualização- para que o
profissional tenha sucesso:
poder de convencimento.
"Antes, o profissional ficava fechado em uma sala contabilizando os números; hoje, é preciso que ele tenha
persuasão para convencer os
gestores", pondera Pegoraro,
que atua no ramo de auditoria contábil na consultoria
PricewaterhouseCoopers.
O salário para quem
preenche os requisitos pode
variar de R$ 1.500 para trainee a R$ 20 mil para "controller", profissional que fornece informações financeiras
para gestores.
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