São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009

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Estágios & trainees

Jovem estrangeiro luta por vivência e adaptação

Profissional domina idioma e cultura da empresa para se destacar

MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

O diferencial de ter vivência no exterior e o esforço de se adaptar a outra cultura e a processos empresariais novos são dois lados da mesma experiência para os trainees estrangeiros que passam temporadas em companhias brasileiras.
"Choque cultural" é a expressão usada pela russa Tatiana Abroskina, 23, para descrever sua primeira impressão ao chegar ao Brasil, há dois meses.
Formada em administração de crise, ela conseguiu uma vaga de trainee em uma multinacional de auditoria por meio da Aiesec (organização internacional de universitários e recém-graduados).
"Ficar" na balada e ter de sinalizar com a mão para o ônibus parar no ponto causou estranhamento. Na empresa, enquanto aprendia português, a profissional foi ajudada por uma colega que falava inglês.
Agora, Abroskina se comunica em português com os clientes. "Tenho contatos na unidade russa da empresa e é possível que vá trabalhar lá. Mas a experiência será boa em qualquer outra companhia", avalia.

"Correr atrás"
A visão de mercados e de culturas diferentes é um dos pontos favoráveis ao trainee estrangeiro, segundo Danilo Castro, gerente-executivo da Page Personnel. "[A empresa] busca aprendizagem rápida e adaptação, e ele tem essa vivência."
Por outro lado, enfrenta dificuldade com o idioma, com a adaptação à cidade e com a cultura organizacional. "O estrangeiro tem participação mais modesta no início e precisa correr atrás", acrescenta Castro.
A chilena Karen Happke, 27, trainee da área comercial da GE, chegou a São Paulo há três semanas. "Preciso conhecer o sistema de transporte. Ainda estou pegando táxi e procurando apartamento."
Enquanto se adapta ao idioma e ao negócio, Happke acompanha o diretor de marketing, mas não participa ativamente das reuniões. "Terei opiniões mais tarde, quando obtiver mais informação", prevê.
Na medida em que os estrangeiros ganham experiência, os brasileiros têm contato com outras culturas e trocam informações sobre processos.
A competição entre trainees por vagas, no entanto, pode se acirrar. "Há disputa, mas não se pode mais pensar localmente", alerta a consultora de carreira Claudia Monari, da Career Center. "A concorrência está em qualquer lugar do mundo."
Na AmBev, os trainees estrangeiros, que se unem à turma brasileira, voltam aos seus países no fim do programa -o número de vagas é definido conforme a demanda de cada unidade da empresa.
Único peruano no grupo, o trainee Miguel Zapata, 24, ressalta que é preciso entregar resultados para ter sucesso.
Ele avalia que a oportunidade traz uma "visão 360" da firma. "Aprendo informações que vou aplicar no Peru."


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