|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estágios & trainees
Jovem estrangeiro luta por vivência e adaptação
Profissional domina idioma e cultura da empresa para se destacar
MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL
O diferencial de ter vivência
no exterior e o esforço de se
adaptar a outra cultura e a
processos empresariais novos
são dois lados da mesma experiência para os trainees estrangeiros que passam temporadas
em companhias brasileiras.
"Choque cultural" é a expressão usada pela russa Tatiana
Abroskina, 23, para descrever
sua primeira impressão ao chegar ao Brasil, há dois meses.
Formada em administração
de crise, ela conseguiu uma vaga de trainee em uma multinacional de auditoria por meio da
Aiesec (organização internacional de universitários e
recém-graduados).
"Ficar" na balada e ter de sinalizar com a mão para o ônibus parar no ponto causou estranhamento. Na empresa, enquanto aprendia português, a
profissional foi ajudada por
uma colega que falava inglês.
Agora, Abroskina se comunica em português com os clientes. "Tenho contatos na unidade russa da empresa e é possível que vá trabalhar lá. Mas a
experiência será boa em qualquer outra companhia", avalia.
"Correr atrás"
A visão de mercados e de culturas diferentes é um dos pontos favoráveis ao trainee estrangeiro, segundo Danilo Castro, gerente-executivo da Page
Personnel. "[A empresa] busca
aprendizagem rápida e adaptação, e ele tem essa vivência."
Por outro lado, enfrenta dificuldade com o idioma, com a
adaptação à cidade e com a cultura organizacional. "O estrangeiro tem participação mais
modesta no início e precisa correr atrás", acrescenta Castro.
A chilena Karen Happke, 27,
trainee da área comercial da
GE, chegou a São Paulo há
três semanas. "Preciso conhecer o sistema de transporte.
Ainda estou pegando táxi e procurando apartamento."
Enquanto se adapta ao idioma e ao negócio, Happke acompanha o diretor de marketing,
mas não participa ativamente
das reuniões. "Terei opiniões
mais tarde, quando obtiver
mais informação", prevê.
Na medida em que os estrangeiros ganham experiência, os
brasileiros têm contato com
outras culturas e trocam informações sobre processos.
A competição entre trainees
por vagas, no entanto, pode se
acirrar. "Há disputa, mas não se
pode mais pensar localmente",
alerta a consultora de carreira
Claudia Monari, da Career
Center. "A concorrência está
em qualquer lugar do mundo."
Na AmBev, os trainees estrangeiros, que se unem à turma brasileira, voltam aos seus
países no fim do programa -o
número de vagas é definido
conforme a demanda de cada
unidade da empresa.
Único peruano no grupo, o
trainee Miguel Zapata, 24, ressalta que é preciso entregar resultados para ter sucesso.
Ele avalia que a oportunidade traz uma "visão 360" da
firma. "Aprendo informações
que vou aplicar no Peru."
Texto Anterior: Gratuito: Software do TST calcula valor a receber Próximo Texto: Frases Índice
|