S?o Paulo, domingo, 05 de junho de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
47% sentem alívio em desligamento Aumento de produção faz com que nível de cobrança cresça; profissionais devem ter plano B, diz especialista DE SÃO PAULO Alívio é o principal sentimento dos executivos após a demissão. É o que dizem ter experimentado 47% dos 235 gestores entrevistados pela consultoria Lens & Minarelli no ano passado. "A cobrança está mais forte porque o Brasil está produzindo mais. A expectativa é que se produza muito, até para 'tapar buraco' da produção de outros países", explica Mariá Giuliese, CEO da consultoria, justificando a sensação dos profissionais. O mesmo levantamento, em 2005, mostrava que 33% dos executivos sentiam-se aliviados. À época, a maior parte dizia-se surpresa, chocada ou revoltada (43%). Hilário Vizintin, 52, ex-gerente de infraestrutura em uma multinacional de eletrodomésticos, afirma ter sentido o aumento da cobrança. Em julho do ano passado, optou por sair da empresa para ter mais qualidade de vida. "Eu trabalhava, no mínimo, 12 horas por dia, e estava sobrecarregado e com problemas de saúde", conta ele. PRESSÃO CONSTANTE Segundo Vizintin, a companhia, que considera um bom lugar para trabalhar, triplicou a produção nos últimos dez anos, sem que o número de funcionários acompanhasse o crescimento. "O nível de pressão aumentou bastante, eu ficava 24 horas "no ar", conta ele. Atualmente, Vizintin dá aulas em uma faculdade e diz ter mais qualidade de vida. Mas a maior parte dos recursos para seu sustento, que antes vinha do salário, agora é fruto dos rendimentos de uma previdência privada. Planejar a carreira para o caso de ter que sair da empresa é algo mais comum atualmente do que há cinco anos. Em 2010, 54% dos demitidos disseram ter planos para o caso da demissão; em 2005, o número era de 38%. Os profissionais estão cada vez mais conscientes de que são eles - e não as empresas em que trabalham - os responsáveis pela carreira, avalia Marcelo Cuellar, "headhunter" da Michael Page. "O mercado aquecido exige essa consciência. É natural que a pessoa estude, faça MBA e tenha um plano B para deixar a companhia", sinaliza o consultor. Texto Anterior: Demissão de gestor cresce 30% no 1º quadrimestre Próximo Texto: Folha.com Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |