S?o Paulo, domingo, 05 de junho de 2011

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RECURSOS HUMANOS

Gasto com plano de saúde sobe em 2010

Benefício representa hoje 10% da folha de pagamento; programa de prevenção a doenças ajuda a reduzir custo

RAQUEL BOCATO
EDITORA-ASSISTENTE DE EMPREGOS

O custo do plano de saúde para empresas cresceu 16,9% no ano passado ""cerca de 11 pontos percentuais acima da inflação do período.
Hoje, o gasto com o benefício representa 10,03% da folha de pagamento. Em 2006, era de 8,95%, mostra estudo da consultoria Mercer, obtido com exclusividade pela Folha, com 212 empresas no mundo neste ano.
Um dos motivos para o aumento foram os custos com exames e internações, que estão mais frequentes, esclarece Alexandre Espinosa, diretor da área de saúde e benefícios da consultoria.
Com a escassez de talentos no mercado de trabalho, as empresas têm recorrido a profissionais mais velhos.
"São, em geral, pessoas que usam mais o plano de saúde e que puxam a sinistralidade [taxa de uso do plano, usada no cálculo do reajuste] para cima", considera Cristiano Lacerda, sócio-diretor da Torres Associados, consultoria de benefícios e gestão empresarial.
A inflação médico-hospitalar também ajuda a explicar o aumento, diz Henrique Oti Shinomata, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro.
O panorama coloca a área de recursos humanos em um dilema. Reduzir a cobertura diminui o impacto do benefício sobre a folha de pagamento. Mas, em tempo de falta de profissionais qualificados, onerar o trabalhador pode ter impacto direto na política de retenção da companhia.

IMPACTO MENOR
Segundo os especialistas, a melhor forma de cortar gastos é desenvolver programas de prevenção a doenças e de conscientização do uso do plano de saúde corporativo.
Mas é preciso mais do que palestras, avalia Espinosa. "Depois de orientação sobre tabagismo, vale dar adesivo de nicotina", exemplifica, sobre iniciativas para fumantes.
"A cada real investido [nessas iniciativas], a empresa economiza de R$ 3 a R$ 10", destaca Shinomata.


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