São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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recursos humanos

Empresas adotam ações anticrise contra gripe suína

Para evitar contágio, colaboradores passam por quarentena em casa

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a confirmação da primeira morte no Brasil em razão da gripe A (H1N1) e o aumento do contágio na maioria dos Estados, algumas empresas passaram a usar sua infraestrutura para lidar com desastres como forma de conter o avanço da doença entre os funcionários.
Os planos de contingência, como são conhecidos, servem para diversos tipos de situação, como incêndios, atentados terroristas, panes e alagamentos.
Mas, diferentemente de um ataque de hackers ou de uma pane no sistema de computadores, uma epidemia atinge as empresas na parte que inutiliza todas as outras: as pessoas.
Para evitar que um funcionário com risco de contágio transmita o vírus, é preciso também deslocar os colaboradores com os quais ele teve contato. O suspeito da doença deve ser encaminhado ao hopital, e os empregados que estiveram expostos devem ser enviados para casa sob monitoramento.

A distância
Um plano eficaz de contingência permite que os profissionais em quarentena operem a distância, explica Paulo Beck, executivo da Xcorp Internacional, que presta consultoria em continuidade de negócios. "Pode ser necessário, por exemplo, um sistema que permita acesso remoto aos aplicativos internos da empresa", exemplifica.
Foi o que aconteceu com a Comgás, de São Paulo, na semana retrasada. Após isolar um andar inteiro e enviar 124 empregados para período de quarentena em casa, a empresa continuou operando sem prejuízo ou risco de contágio.
A contingência começou depois de a Comgás detectar um funcionário com suspeita de gripe A. Ele foi orientado para um hospital de referência e "antes mesmo da confirmação, o plano de contingência fora acionado", conta Edson Moro, superintendente de segurança e saúde da empresa.
Cada um dos funcionários em quarentena foi monitorado diariamente, por telefone, com questionário médico. "Não detectamos reação em termos de pânico pelo fato de, antes, termos dado todas as informações necessárias", afirma Moro.
Enviados para quarentena na quarta-feira, os profissionais retornaram na segunda, com exceção de dois -o diagnosticado com gripe e um segundo que teve mais contato com ele.
Outro ponto que Beck destaca é o que fazer em caso de contágio generalizado. "É possível que uma empresa precise manter seu profissional insubstituível isolado. Nesse caso, pode-se perguntar, por exemplo, o que fazer com sua família."


Assista ao vídeo em que o especialista Paulo Beck dá dicas sobre prevenção

www.folha.com.br/091841




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