São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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EXTERIOR EM FOCO

Países incentivam imigração de trabalhador qualificado

Canadá e Austrália são exemplos de locais que selecionam estrangeiros

SILAS MARTÍ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Trabalhar fora do país é o sonho não apenas de quem tenta escapar do desemprego via aeroporto. Profissionais qualificados, diplomados e com experiência em suas áreas também estão rumando ao exterior -a convite dos anfitriões.
Os governos de países como a Austrália, o Reino Unido, a Nova Zelândia e o Canadá abriram processos seletivos para recrutar profissionais em falta por lá.
Ao mesmo tempo, empresas da Holanda, da Itália, de Angola e da África do Sul estão de olho em brasileiros para suprir o déficit de pessoal qualificado.
A Folha selecionou territórios onde especialistas brasileiros podem ser bem recebidos.
Andréa Cabañas, 35, é um exemplo. Depois de fazer quatro vezes uma prova de inglês e passar por outros exames, a relações-públicas conseguiu um visto de trabalho e está de malas prontas para a Austrália.
O marido, Augusto, que é dentista, vai junto. "Queremos ter filhos num lugar com segurança e boa escola pública", diz.
O perfil do casal, jovem e sem filhos, está entre os mais desejados pelos países que tentam rejuvenescer a população. A possibilidade de ter filhos vale mais pontos na classificação dos governos estrangeiros, que usam um sistema numérico para decidir quem terá o visto.
O engenheiro de minas Ricardo Grandi, 26, descobriu que poderia ganhar dinheiro na África. Aproveitando que poucos se formam nessa área, ele prolongou em dois anos o estágio em uma mineradora de ouro em Gana e na África do Sul.
Com o aumento do preço dos metais, está em alta a demanda por profissionais como ele. De volta ao Brasil para terminar a faculdade, Grandi diz estar se preparando para voltar em breve. "Um recém-formado vai ganhar aqui, com sorte, R$ 4.000. No exterior, o valor sobe para US$ 5.000", explica.
A lista de problemas a enfrentar, no entanto, também é grande. Entre eles, o choque cultural e o custo de vida local -que pode diluir o alto salário.
Rodrigo Ramalho, 24, já é um veterano do setor aéreo. Passou por Vasp e American Airlines e agora vai viver em Doha, onde será comissário de bordo da Qatar Airways. "Estou muito animado. Há funcionários de mais de 80 nacionalidades."


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