São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

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sua carreira

Consultor defende a importância da integridade moral

Também autor de livros de gestão, Stephen Covey vem ao Brasil para participar da ExpoManagement

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Começa amanhã e vai até quarta-feira a ExpoManagement 2006, evento voltado a executivos que traz palestrantes famosos no mundo dos negócios, do internacional Jack Welch ao brasileiro Luiz Felipe Scolari (veja quadro ao lado). Entre os destaques internacionais está Stephen Covey, conhecido pela obra "Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", lançada há 15 anos. Agora, Covey vem ao Brasil também para divulgar seu novo livro: "O Oitavo Hábito -da Eficácia à Grandeza" (editora Campus, 413 págs., R$ 46). Confira, a seguir, entrevista exclusiva em que ele adianta tópicos que abordará no Brasil.

 

FOLHA - Em seu novo livro, o sr. aborda a importância do crescimento sustentável. Como alcançá-lo?
STEPHEN COVEY
- É preciso ter confiabilidade, caráter e trazer resultados. Assim, ao trabalhar com princípios, ganha-se a confiança das pessoas. Por exemplo, se a empresa preza a colaboração como valor maior, a competitividade não deve ser estimulada. Isso é sustentável: manter as pessoas ligadas ao seu próprio crescimento e umas às outras.

FOLHA - Como liderar melhor?
COVEY
- Liderança é uma escolha, não uma imposição. Ela lhe dá influência, que pode ser duradoura se você souber viver com princípios. Sem inteligência moral, sua liderança pode ser vazia, apenas "imposta".

FOLHA - E o que o sr. entende por inteligência moral?
COVEY
- É uma característica que vem de princípios pessoais. Quem está em um cargo alto, mas vive de uma maneira que não é respeitável, perde autoridade moral. Nesse caso, todo o trabalho é afetado, pois o respeito perante a equipe não se sustenta por muito tempo.

FOLHA - Como estimular colegas de trabalho a alcançar um nível bom de inteligência moral?
COVEY
- É importante ser um exemplo e não um crítico -assim o círculo de influência cresce. Deve-se não só dar "feedback" do comportamento deles mas também aprofundar os comentários relativos à melhora e ao potencial de cada um.

FOLHA - Qual a melhor reação a um "feedback" negativo no trabalho?
COVEY
- Escutar bem o que a pessoa está falando, sem se deixar levar totalmente por isso. Depois, agradecer à pessoa com um sorriso. Se o "feedback" for injusto, é preciso se proteger para que isso não afete o desempenho. Também vale a pena escutar mais os outros e ser humilde para ouvir críticas.

FOLHA - Qual a saída para uma equipe quando não há empatia entre seus membros?
COVEY
- Escutar os outros até que eles se sintam entendidos. E, depois, dizer: "Você se sente compreendido por mim?" Se a resposta for "sim", pergunta-se: "Agora, posso sentir-me compreendido por você?" É difícil ouvir um "não" dessa forma. Se o outro não se sentir compreendido, sugiro que a pessoa o ouça com mais freqüência. Essa compreensão deve ser verdadeira, pois o profissional não é produto do tratamento que lhe dão, mas do que ele próprio pensa sobre isso.

FOLHA - Como um gestor consegue reter os talentos?
COVEY
- A melhor maneira é incentivá-los e realmente apreciá-los, mantendo uma equipe coesa e que se respeite. Deve-se dar "feedbacks" construtivos quando necessário. Se isso não ocorrer, a pessoa abandonará o posto assim que receber uma proposta de emprego.


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