S?o Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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CONCURSOS

Exame de idioma é alterado

Compreensão de texto se sobrepõe a termo técnico em prova de inglês

BRUNA BORGES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Provas que exigem só regras gramaticais e termos técnicos já não fazem parte do universo dos concursos.
O que as organizadoras das seleções querem atualmente é avaliar a capacidade de compreensão e de análise em uma língua estrangeira dos candidatos.
"Saber inúmeras palavras isoladas e regras gramaticais não é nem 20% da habilidade necessária para compreender um texto. A mudança [evidenciada nos concursos] deve permanecer e influenciar o ensino de idiomas no país", considera Denilso de Lima, autor de "Inglês na Ponta da Língua" (editora Campus/Elsevier).
A avaliação geralmente é feita somente por escrito -não é realizado teste oral. O mais comum é que, em casos de provas discursivas, sejam exigidas traduções para analisar interpretação e capacidade de se expressar de maneira coerente, segundo o professor Rene Maas, do Complexo Educacional Damásio de Jesus.
Na correção, são avaliados compreensão textual, organização e desenvolvimento de ideias e conhecimentos gramatical e de vocabulário.
As mudanças valem tanto para as seleções que exigem inglês -de longe, as mais frequentes- quanto espanhol -que tem crescido, mas ainda é menos pedido.
Nesse novo cenário, ler publicações estrangeiras é uma das técnicas utilizadas por concursandos para melhorar o desempenho nas avaliações. O analista previdenciário Rodrigo Rocha, 35, adota essa estratégia, além de estudar em casa e de fazer curso preparatório de inglês.
Profissional concursado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) há seis anos, Rocha se prepara para uma vaga de delegado federal, mas também tem interesse no cargo de oficial de inteligência da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) -ambos exigem conhecimento de segundo idioma.

DIPLOMACIA
Entre as provas de idioma estrangeiro mais temidas pelos concursandos está a do Instituto Rio Branco, que seleciona diplomatas.
São exigidas três línguas. Além do inglês, considerado o mais difícil, é preciso saber espanhol e francês.
Segundo Raphaela Serrador, diretora do curso preparatório Clio, voltado à carreira diplomática, a média de acerto dos candidatos é de 50% no exame de inglês.
Pedro Penha Brasil, 29, foi aprovado no concurso com cerca de 83% de acerto na prova de inglês em 2009.
"É uma prova muito difícil", diz ele, que atribui ao pai diplomata e aos estudos desde o ensino fundamental até o superior no exterior o sucesso no exame.


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