|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sua carreira
Afinidade com superiores é decisiva para promoção
Trajeto de padre une estudos e contatos
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Há jovens que sonham ser
médicos, arquitetos, publicitários. Ao longo dos anos, estudam e desenvolvem sua carreira para atingir esse objetivo.
Rafael Henrique Michelon,
21, também se esforça para
construir uma trajetória profissional -só que dentro da Igreja
Católica. Ele é seminarista e
prepara-se para ser sacerdote.
"A vontade de servir a Deus
e ajudar as pessoas espiritualmente foi o principal motivo
para eu escolher seguir esse caminho", conta.
Assim como em qualquer
carreira, contudo, a consagração necessita de trabalho
árduo e dedicação.
"Até ser ordenado padre, são
quase dez anos [de carreira]. O
jovem, além de ter vocação, deve estudar filosofia e teologia",
explica o cônego José Miguel
de Oliveira, reitor do Seminário
de Teologia Bom Pastor, da Arquidiocese de São Paulo.
Assim como no mundo corporativo, no sacerdócio, o "networking" soma-se à qualificação no caminho que pode levar
o padre ao posto de bispo.
"A formação não é garantia
para a promoção, que acontece
muito mais por afinidade com
as autoridades, mas pode ser
condição para ela," afirma o padre Érico Hammes, professor
de teologia da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica).
Padre soldado
Além do âmbito civil, sacerdotes e pastores evangélicos
têm a opção de enveredar pela
carreira militar, na função de
capelão.
Para concorrer, os candidatos devem ter autorização da
sua igreja, de acordo com José
Carlos de Medeiros, 60, capitão
da reserva do Exército e assessor do arcebispo militar.
"O aprovado recebe um treinamento nas Forças Armadas
antes de assumir o posto. Sua
função será ajudar os militares
espiritualmente, independentemente da religião deles",
explica Medeiros.
Apesar de o capelão ser subordinado à hierarquia militar
e receber o salário correspondente ao seu posto, o capitão-de-corveta, capelão naval e comandante Odécio Lima de Souza diz que há uma equiparação
salarial entre civis e militares.
"O padre recebe um salário,
mas não gasta com residência e
alimentação, por exemplo. A
quantia líquida do militar pode
até ser maior, mas ele não tem
os benefícios do civil."
No próximo dia 15, terminam
as inscrições para o concurso
de capelão naval. A taxa de inscrição é R$ 62. Mais informações podem ser encontradas no
site www.mar.mil.br.
Texto Anterior: Biblioteca Próximo Texto: Caminho Índice
|