São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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Sua carreira

Afinidade com superiores é decisiva para promoção

Trajeto de padre une estudos e contatos

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há jovens que sonham ser médicos, arquitetos, publicitários. Ao longo dos anos, estudam e desenvolvem sua carreira para atingir esse objetivo.
Rafael Henrique Michelon, 21, também se esforça para construir uma trajetória profissional -só que dentro da Igreja Católica. Ele é seminarista e prepara-se para ser sacerdote.
"A vontade de servir a Deus e ajudar as pessoas espiritualmente foi o principal motivo para eu escolher seguir esse caminho", conta.
Assim como em qualquer carreira, contudo, a consagração necessita de trabalho árduo e dedicação.
"Até ser ordenado padre, são quase dez anos [de carreira]. O jovem, além de ter vocação, deve estudar filosofia e teologia", explica o cônego José Miguel de Oliveira, reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, da Arquidiocese de São Paulo.
Assim como no mundo corporativo, no sacerdócio, o "networking" soma-se à qualificação no caminho que pode levar o padre ao posto de bispo.
"A formação não é garantia para a promoção, que acontece muito mais por afinidade com as autoridades, mas pode ser condição para ela," afirma o padre Érico Hammes, professor de teologia da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica).

Padre soldado
Além do âmbito civil, sacerdotes e pastores evangélicos têm a opção de enveredar pela carreira militar, na função de capelão.
Para concorrer, os candidatos devem ter autorização da sua igreja, de acordo com José Carlos de Medeiros, 60, capitão da reserva do Exército e assessor do arcebispo militar.
"O aprovado recebe um treinamento nas Forças Armadas antes de assumir o posto. Sua função será ajudar os militares espiritualmente, independentemente da religião deles", explica Medeiros.
Apesar de o capelão ser subordinado à hierarquia militar e receber o salário correspondente ao seu posto, o capitão-de-corveta, capelão naval e comandante Odécio Lima de Souza diz que há uma equiparação salarial entre civis e militares.
"O padre recebe um salário, mas não gasta com residência e alimentação, por exemplo. A quantia líquida do militar pode até ser maior, mas ele não tem os benefícios do civil."
No próximo dia 15, terminam as inscrições para o concurso de capelão naval. A taxa de inscrição é R$ 62. Mais informações podem ser encontradas no site www.mar.mil.br.


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