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Internacionalizar vira meta na AL
Universidades almejam ter 2,5% de estudantes e pesquisadores em outros países até 2015
Encontro com mais de mil acadêmicos ibéricos e latinos coloca parceria entre estrangeiros como prioridade em 23 países
JORDANA VIOTTO
ENVIADA ESPECIAL A GUADALAJARA
(MÉXICO)
Universidades ibero-americanas -da América Latina,
de Portugal e da Espanha-
têm agora um foco prioritário: sua internacionalização
por meio de parcerias com
instituições estrangeiras.
O novo direcionamento é
resultado do 2º Encontro de
Reitores, que reuniu mais de
mil representantes de universidades na semana passada
em Guadalajara, no México.
A próxima reunião, em 2015,
deverá acontecer no Brasil.
A mobilidade de 2,5% de
estudantes, docentes e pesquisadores até 2015 foi um
dos objetivos firmados pela
"Agenda de Guadalajara",
documento que encerrou o
encontro, promovido pela
rede de instituições de educação superior Universia.
Números apresentados no
evento, entretanto, mostram
que o caminho ainda é longo
para instituições latino-americanas. A região está atrás
da Europa, da Ásia e da África entre as zonas preferidas
para criação de políticas de
cooperação (veja abaixo).
"A internacionalização é
feita com políticas consistentes", afirma Leandro Tessler,
coordenador de relações internacionais e institucionais
da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas).
Hoje, diz Tessler, o campus conta com 800 alunos de
outros países. "Há cinco
anos, não eram nem cem."
Apesar do crescimento,
ainda há desequilíbrio -para cada francês que recebe,
a Unicamp envia quatro brasileiros à França, exemplifica
Tessler. "A meta é equalizar
essa razão", ressalta.
Na avaliação de Zaki Akel
Sobrinho, reitor da UFPR
(Universidade Federal do Paraná), uma das razões para a
posição da América Latina é
a falta de disciplinas em outros idiomas, como o inglês.
Para tentar preencher a lacuna, a UFPR está implementando disciplinas nesse
idioma, a título de teste.
MAIS INVESTIMENTO
Sobrinho também aponta
que muitas universidades
enfrentam falta de recursos
para avaliações e acreditação. Sem isso, diz, não há
base de comparação com instituições de outros países,
o que dificulta a geração de
interesse na região.
No encontro, o banco Santander, patrocinador da rede
Universia, anunciou sem
precisar valores que vai ampliar o investimento em projetos universitários no Brasil
nos próximos cinco anos.
De acordo com o diretor-geral do Santander Universidades, Jose Antonio Villasante, "o crescimento no Brasil deve ser proporcional ao
aumento total".
No geral, o banco deve direcionar 600 milhões a projetos universitários em 23
países iberoamericanos, o
que representa um aumento
de 60% dos 375 milhões investidos de 2005 até este ano.
Como foram investidos R$
34 milhões de 2005 a 2010 no
Brasil, o país deverá receber
R$ 55 milhões anuais até 2015
-ou R$ 272 milhões no próximo quinquênio-, o que representa 20% do total.
A jornalista viajou a Guadalajara a convite
do banco Santander.
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