São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Internacionalizar vira meta na AL

Universidades almejam ter 2,5% de estudantes e pesquisadores em outros países até 2015

Encontro com mais de mil acadêmicos ibéricos e latinos coloca parceria entre estrangeiros como prioridade em 23 países

JORDANA VIOTTO
ENVIADA ESPECIAL A GUADALAJARA (MÉXICO)

Universidades ibero-americanas -da América Latina, de Portugal e da Espanha- têm agora um foco prioritário: sua internacionalização por meio de parcerias com instituições estrangeiras.
O novo direcionamento é resultado do 2º Encontro de Reitores, que reuniu mais de mil representantes de universidades na semana passada em Guadalajara, no México. A próxima reunião, em 2015, deverá acontecer no Brasil.
A mobilidade de 2,5% de estudantes, docentes e pesquisadores até 2015 foi um dos objetivos firmados pela "Agenda de Guadalajara", documento que encerrou o encontro, promovido pela rede de instituições de educação superior Universia.
Números apresentados no evento, entretanto, mostram que o caminho ainda é longo para instituições latino-americanas. A região está atrás da Europa, da Ásia e da África entre as zonas preferidas para criação de políticas de cooperação (veja abaixo).
"A internacionalização é feita com políticas consistentes", afirma Leandro Tessler, coordenador de relações internacionais e institucionais da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Hoje, diz Tessler, o campus conta com 800 alunos de outros países. "Há cinco anos, não eram nem cem."
Apesar do crescimento, ainda há desequilíbrio -para cada francês que recebe, a Unicamp envia quatro brasileiros à França, exemplifica Tessler. "A meta é equalizar essa razão", ressalta.
Na avaliação de Zaki Akel Sobrinho, reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), uma das razões para a posição da América Latina é a falta de disciplinas em outros idiomas, como o inglês.
Para tentar preencher a lacuna, a UFPR está implementando disciplinas nesse idioma, a título de teste.

MAIS INVESTIMENTO
Sobrinho também aponta que muitas universidades enfrentam falta de recursos para avaliações e acreditação. Sem isso, diz, não há base de comparação com instituições de outros países, o que dificulta a geração de interesse na região.
No encontro, o banco Santander, patrocinador da rede Universia, anunciou sem precisar valores que vai ampliar o investimento em projetos universitários no Brasil nos próximos cinco anos.
De acordo com o diretor-geral do Santander Universidades, Jose Antonio Villasante, "o crescimento no Brasil deve ser proporcional ao aumento total".
No geral, o banco deve direcionar 600 milhões a projetos universitários em 23 países iberoamericanos, o que representa um aumento de 60% dos 375 milhões investidos de 2005 até este ano.
Como foram investidos R$ 34 milhões de 2005 a 2010 no Brasil, o país deverá receber R$ 55 milhões anuais até 2015 -ou R$ 272 milhões no próximo quinquênio-, o que representa 20% do total.

A jornalista viajou a Guadalajara a convite do banco Santander.


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