Alunos adiam ingresso no mercado para investir em curso extracurricular ou atividade acadêmica

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A área do currículo destinada à relação das experiências profissionais continua em branco. No entanto, apesar de ser considerado pré-requisito por alguns empregadores, o estágio não é o objetivo de muitos alunos -pelo menos até os semestres finais da graduação.
Para Luiz Gustavo dos Santos, 26, estudante do último ano de tecnologia em processamento de dados da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), a razão para buscar estágio no fim da graduação foi o tipo de experiência que iria adquirir.
"Fui chamado para trabalhar em outra empresa, mas preferi não continuar. Sabia que seria subaproveitado", diz Santos, que investiu seu tempo nos estudos e há oito meses é estagiário da G&P (área de tecnologia).
O estudante diz acreditar que foi aceito na companhia devido ao seu bom desempenho no processo de seleção. "Mostrei o que eu sabia e provei que, mesmo sem experiência, eu conseguiria trabalhar bem", destaca.
A diretora de RH da empresa, Rosimeire Navajas, explica que nem sempre um estudante que já fez estágio está na dianteira. "O que importa é o potencial do jovem para a vaga. Uma vez, abri mão de um aluno que tinha experiência em favor de outro que nunca tinha estagiado. Ele tinha mais o perfil para a vaga. Não me arrependi", conta ela.
Navajas, porém, deixa claro que "no ramo [de TI] é muito raro o aluno não ingressar em algum tipo de atividade profissional durante o período letivo". Em geral, acrescenta ela, "quem gosta do curso não fica quatro anos fora do mercado".
Para Maria de Lourdes Costa, chefe de gestão de pessoas do hospital São Camilo, o estágio nos primeiros anos do curso não é sinônimo de que o estudante tenha mais conhecimento. "O importante é que esse período tenha sido proveitoso."
De acordo com ela, não é possível "prejulgar e dizer que alguém que fez estágio é melhor que outro que não fez". E complementa: "O conjunto de conhecimentos, aliado às habilidades pessoais, é o grande diferencial do formando".


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