São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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Gestor da retomada

Seleção de novos profissionais passa a ser mais extensa e mira os que calculam risco, preveem tendências e têm soluções arrojadas

Executivo pós-crise é ágil e cauteloso

Marcelo Justo/Folha Imagem
O publicitário Rodrigo Paiva, que foi contratado recentemente e tem meta de crescimento


TAÍS LAPORTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como ensina o ditado, é errando que se aprende. Após meses de uma crise que explicitou erros de gestão e crescimento econômico dentro de bolhas, as empresas começam a retomada com cautela.
Isso está se refletindo na contratação dos executivos que conduzirão as companhias. A Folha conversou com dez consultorias de recrutamento e seleção e todas indicam que o mercado voltou a se aquecer e a contratar -mas está mais cuidadoso nas contratações.
"O paradoxo do líder no período pós-crise é ousar e, ao mesmo tempo, conter o risco", sublinha Irene Azevedo, consultora da DBM.
Assim, características como criatividade e liderança deixaram de ser suficientes para indicar a contratação de um profissional, aponta Matilde Berna, diretora de transição de carreira e avaliação da consultoria Right Management.
Soluções arrojadas e capacidade de prever tendências somam-se às competências antes exigidas, acrescenta.
"Os critérios de seleção [de executivos] ficaram mais rigorosos. Passou-se a preferir profissionais com bagagem conceitual mais sólida, carreira estável e visão de conjunto", indica o sócio da Search Consultoria Flavio Staudohar.
Se, por um lado, espera-se cautela, por outro, cobra-se mais velocidade no cumprimento de metas, ressalta Socrates Melo, especialista em recrutamento da Robert Half.

Seleção cuidadosa
As mudanças também atingiram os processos seletivos -e os deixaram mais longos.
As companhias que antes pediam agilidade na contratação de executivos passaram a optar por um recrutamento mais estratégico -por vezes também mais extenso-, comenta Rodrigo Forte, diretor da consultoria Michael Page.
Recém-contratado como diretor financeiro da empresa de tecnologia GoDigital, Daniel Schwetz, 51, considera que a formação em economia, aliada aos 30 anos de experiência profissional, pesou na sua admissão na companhia. "Passei por numerosas entrevistas com os próprios acionistas da companhia", conta o executivo.


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