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Gestor da retomada
Seleção de novos profissionais passa a ser mais extensa e mira os que calculam risco, preveem tendências e têm soluções arrojadas
Executivo pós-crise é ágil e cauteloso
Marcelo Justo/Folha Imagem
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O publicitário Rodrigo Paiva, que foi contratado recentemente e tem meta de crescimento |
TAÍS LAPORTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como ensina o ditado, é errando que se aprende. Após
meses de uma crise que explicitou erros de gestão e crescimento econômico dentro de
bolhas, as empresas começam a
retomada com cautela.
Isso está se refletindo na
contratação dos executivos que
conduzirão as companhias. A
Folha conversou com dez consultorias de recrutamento e seleção e todas indicam que o
mercado voltou a se aquecer e a
contratar -mas está mais cuidadoso nas contratações.
"O paradoxo do líder no período pós-crise é ousar e, ao
mesmo tempo, conter o risco",
sublinha Irene Azevedo, consultora da DBM.
Assim, características como
criatividade e liderança deixaram de ser suficientes para indicar a contratação de um profissional, aponta Matilde Berna, diretora de transição de carreira e avaliação da consultoria
Right Management.
Soluções arrojadas e capacidade de prever tendências somam-se às competências antes
exigidas, acrescenta.
"Os critérios de seleção [de
executivos] ficaram mais rigorosos. Passou-se a preferir profissionais com bagagem conceitual mais sólida, carreira estável e visão de conjunto", indica
o sócio da Search Consultoria
Flavio Staudohar.
Se, por um lado, espera-se
cautela, por outro, cobra-se
mais velocidade no cumprimento de metas, ressalta Socrates Melo, especialista em recrutamento da Robert Half.
Seleção cuidadosa
As mudanças também atingiram os processos seletivos -e
os deixaram mais longos.
As companhias que antes pediam agilidade na contratação
de executivos passaram a optar
por um recrutamento mais estratégico -por vezes também
mais extenso-, comenta
Rodrigo Forte, diretor da consultoria Michael Page.
Recém-contratado como diretor financeiro da empresa de
tecnologia GoDigital, Daniel
Schwetz, 51, considera que a
formação em economia, aliada
aos 30 anos de experiência profissional, pesou na sua admissão na companhia. "Passei por
numerosas entrevistas com os
próprios acionistas da companhia", conta o executivo.
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