São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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opinião

O RH em fusões e aquisições


As organizações devem entender e observar as mudanças que ocorrem na força de trabalho


VALÉRIA PIMENTEL
ESPECIAL PARA A FOLHA

O sucesso de muitas fusões e aquisições, de pequeno ou grande porte, depende tanto do gerenciamento de pessoas e do ambiente organizacional como do gerenciamento do tempo e dos recursos financeiros.
Negócios fracassam mais por questões culturais mal resolvidas do que por fundamentos econômicos da transação. A verdade é que o desempenho do negócio é amplamente influenciado pelas pessoas de uma organização. Portanto, manter os empregados engajados durante períodos difíceis de transição é crítico e exige da área de recursos humanos atenção especial.
Quanto mais cedo o RH se envolver em uma negociação de fusão ou aquisição, maior será a possibilidade de sucesso na integração de pessoas e processos na nova organização.
Quando o moral é elevado e as pessoas estão engajadas nas atividades certas, os níveis de desempenho individuais e corporativos quase sempre excedem as expectativas. Empresas bem preparadas para o processo de fusão ou aquisição têm duas vezes mais chance de oferecer aos acionistas um retorno acima da média.
Para alcançar bons resultados durante uma fusão ou uma aquisição, as empresas devem buscar no RH experiência e liderança em gerenciamento de mudança, integração de culturas, planejamento e execução de redimensionamento de equipes com alta sinergia, retenção de talentos-chave, manutenção dos níveis de desempenho e avaliação dos pacotes de remuneração e benefícios.

Recursos humanos
A eficácia do RH é fator de sucesso para todo o ciclo de uma fusão ou aquisição. A área tem papel essencial, desde a avaliação de riscos e a viabilidade do negócio ("due diligence") até o planejamento da integração e o acompanhamento de resultados.
Os objetivos de uma fusão ou aquisição são assegurar a sintonia entre as estratégias de negócio e a nova cultura, bem como maximizar o retorno de longo prazo para os acionistas. Em vez de só colocar em prática uma série de processos, as organizações devem observar e entender as mudanças que ocorrem na força de trabalho em fusões e aquisições.
Elas devem identificar e analisar aspectos únicos das equipes de cada empresa -o que as pessoas fazem, quais são os elementos críticos de sua motivação, como são recompensadas e como os serviços do RH são fornecidos- para criar uma estratégia de RH capaz de propiciar suporte mais amplo aos objetivos do negócio. Os passos para que o RH se prepare especificamente para executar seu papel nessas transições incluem:
1. Executar a preparação pré-transação para assegurar que os recursos necessários estejam disponíveis quando o alvo da aquisição for apresentado;
2. Identificar a estrutura e o comprometimento de recursos da equipe de fusões e aquisições do RH;
3. Detalhar as etapas do processo de fusão ou aquisição, destacando as áreas mais críticas, bem como a complexidade e a interdependência de cada linha de trabalho dentro do RH e entre as demais funções;
4. Treinar a equipe que vai trabalhar na fusão ou na aquisição, focando o entendimento do negócio, o aprendizado de diferentes tipos de transação e as melhores práticas;
5. Desenvolver um manual de fusão e aquisição personalizado, documentando claramente pontos de conexão entre a função de RH e outras áreas ao longo do processo.

Desafios e oportunidades
Fusões e aquisições apresentam ótimas oportunidades e desafios para as organizações. Para o RH, é uma oportunidade para desenvolver a força de trabalho e outros programas destinados aos empregados. Mantendo as pessoas no centro e trabalhando com um plano, o RH pode dar um suporte eficaz ao negócio e ajudar a alcançar resultados sólidos.


VALÉRIA PIMENTEL é consultora sênior da Towers Perrin


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