São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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"PLANO B"

Mudança pode levar a ruptura na identidade do profissional

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A decisão de apostar em um "plano B" e mudar de carreira deve ser bem pensada, pois acarreta a ruptura da identidade profissional.
Segundo Joel Souza Dutra, da FEA-USP, essa identidade está relacionada às habilidades e ao "networking", além de à personalidade e ao estilo de vida. "As pessoas não se dão conta do quanto essa mudança é radical e que não ocorre com um estalar de dedos", afirma.
Como parte da autoimagem está ligada à função que a pessoa exerce, abandonar uma profissão pode gerar angústia e desorientação, completa.
Mas, se a transição for feita no início da carreira, observa, a identidade profissional ainda não estará formada.
Foi o que aconteceu com Luís Testa, 35, formado em engenharia pela Escola Politécnica da USP em 1996.
Ele entrou como trainee na Ericsson (tecnologia) e, depois de fazer pós-graduação em gestão de negócios e marketing, mudou da área de desenvolvimento de software para a de marketing de produtos.
"Tinha facilidade com a área de exatas, mas, na faculdade, percebi que gostava mais das matérias de administração", ressalta. Atualmente, o engenheiro é dono da agência Saber Comunicação e Design.

Inexperiência
Regina Sônia Gattas do Nascimento, coordenadora de orientação vocacional da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), alerta que os jovens devem refletir antes de escolher o curso superior.
Mas a carreira, analisa, não é estática e deve ser construída ao longo da vida. "Escolhemos a profissão sempre que optamos por uma área, procuramos um emprego ou pedimos demissão. A decisão não é feita somente na hora de prestar vestibular."
Foi um sonho de adolescente que levou Karina Haladjian, 30, a se inscrever no curso de direto. "Entrei na faculdade aos 17 anos e achava que poderia mudar o mundo. Mas, ao trabalhar com as leis, vi que a realidade é diferente e me desanimei."
Haladjian atuou como advogada, mas não se identificou com a profissão. Largou o direito e retornou para a gráfica da família, onde já havia trabalhado antes de entrar na faculdade. Atualmente, é gerente comercial da empresa.


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