São Paulo, domingo, 07 de janeiro de 2007

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estágios e trainees

Programas de ponta aliam remuneração atrativa a treinamentos sob medida

Com "supersalários", grandes empresas procuram fisgar os melhores candidatos desde cedo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como jovens universitários podem combinar aprendizado e independência financeira? O próprio mercado de trabalho está encontrando a resposta.
Longe de estereótipos de programas de estágio -em que a atividade do estudante se resume à dupla xerox e café-, programas bem estruturados de estágio e trainee apostam mais na capacitação que no trabalho em si, e já remuneram esses futuros executivos praticamente como profissionais.
Foi essa a preocupação que motivou o grupo Pão de Açúcar, que promete retomar, neste ano, seu programa de trainee corporativo em São Paulo.
"É preciso oferecer um salário de mercado. A partir daí, os jovens escolhem a empresa que oferece mais possibilidades de aprendizado", aposta a diretora de RH do Pão de Açúcar, Marília Parada, que coordena a implementação do programa.

Procura antecipada
Para quem lida com o mercado de recrutamento de estagiários e trainees, fica clara uma tendência entre as multinacionais: começar mais cedo a disputa por cérebros, investindo em estudantes em início de faculdade. "Quem oferece um estágio bom e bem remunerado já o faz pensando em ficar com aquele profissional no futuro", diz Rossano Lippi, diretor da Central de Estágios Gelre.
Segundo ele, 90% das bolsas de estágio para universitários pagam de R$ 600 a R$ 1.200. Em geral, quem extrapola esse limite são as vagas nas áreas financeira, tecnológica ou farmacêutica, mas só para estudantes muito bem preparados e no último ano de curso.
Entre trainees, as cifras flutuam mais. Uma remuneração considerada competitiva em grandes empresas fica acima de R$ 3.000 (mais benefícios).
Os "supersalários" são mais raros para os estagiários, mas a média das bolsas-auxílio tem subido nos últimos anos.
"Essas vagas são de fácil preenchimento não só pelo valor da bolsa como também porque há grandes possibilidades de efetivação", afirma Eduardo Oliveira, superintendente operacional do Centro de Integração Empresa-Escola.

Efetivação
A certeza da efetivação foi, provavelmente, um dos chamarizes que atraíram 26 mil pessoas para a inscrição no programa de trainee de 2007 da AmBev. A empresa contrata todos os selecionados depois de um treinamento de dez meses.
Somando-se a isso um salário de R$ 3.000, além de carteira com quase todos os benefícios oferecidos aos executivos da empresa, o programa está entre os mais procurados.
"A empresa entende que o salário também é importante para atrair os jovens mais bem preparados, mas, quando querem começar carreira, o que salta aos olhos dos meninos é a possibilidade de ascensão profissional", acredita Elizabeth Furiagi, gerente de recrutamento e seleção da AmBev.
Renata Grahl, que hoje é gerente de "trade marketing" da empresa, foi da turma de trainees de 2002 da AmBev e vinha de um histórico de estágios bem remunerados na área financeira. "Vim para a AmBev para ganhar praticamente o mesmo no trainee, mas queria uma empresa grande, onde aprendesse coisas novas e tivesse plano de carreira."
Logo depois de concluir o treinamento, Grahl chefiou uma equipe de 50 pessoas da área de marketing, que, aos poucos, foi aumentando. "Tentei priorizar o aprendizado porque sabia que ganhar dinheiro seria questão de tempo." (DENISE GALVANI)


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