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estágios e trainees
Programas de ponta aliam remuneração atrativa a treinamentos sob medida
Com "supersalários", grandes empresas procuram fisgar os melhores candidatos desde cedo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como jovens universitários
podem combinar aprendizado
e independência financeira?
O próprio mercado de trabalho
está encontrando a resposta.
Longe de estereótipos de
programas de estágio -em que
a atividade do estudante se resume à dupla xerox e café-,
programas bem estruturados
de estágio e trainee apostam
mais na capacitação que no trabalho em si, e já remuneram esses futuros executivos praticamente como profissionais.
Foi essa a preocupação que
motivou o grupo Pão de Açúcar,
que promete retomar, neste
ano, seu programa de trainee
corporativo em São Paulo.
"É preciso oferecer um salário de mercado. A partir daí, os
jovens escolhem a empresa que
oferece mais possibilidades de
aprendizado", aposta a diretora
de RH do Pão de Açúcar, Marília Parada, que coordena a implementação do programa.
Procura antecipada
Para quem lida com o mercado de recrutamento de estagiários e trainees, fica clara uma
tendência entre as multinacionais: começar mais cedo a disputa por cérebros, investindo
em estudantes em início de faculdade. "Quem oferece um estágio bom e bem remunerado já
o faz pensando em ficar com
aquele profissional no futuro",
diz Rossano Lippi, diretor da
Central de Estágios Gelre.
Segundo ele, 90% das bolsas
de estágio para universitários
pagam de R$ 600 a R$ 1.200.
Em geral, quem extrapola esse
limite são as vagas nas áreas financeira, tecnológica ou farmacêutica, mas só para estudantes muito bem preparados e
no último ano de curso.
Entre trainees, as cifras flutuam mais. Uma remuneração
considerada competitiva em
grandes empresas fica acima de
R$ 3.000 (mais benefícios).
Os "supersalários" são mais
raros para os estagiários, mas a
média das bolsas-auxílio tem
subido nos últimos anos.
"Essas vagas são de fácil
preenchimento não só pelo valor da bolsa como também porque há grandes possibilidades
de efetivação", afirma Eduardo
Oliveira, superintendente operacional do Centro de Integração Empresa-Escola.
Efetivação
A certeza da efetivação foi,
provavelmente, um dos chamarizes que atraíram 26 mil pessoas para a inscrição no programa de trainee de 2007 da AmBev. A empresa contrata todos
os selecionados depois de um
treinamento de dez meses.
Somando-se a isso um salário
de R$ 3.000, além de carteira
com quase todos os benefícios
oferecidos aos executivos da
empresa, o programa está entre
os mais procurados.
"A empresa entende que o salário também é importante para atrair os jovens mais bem
preparados, mas, quando querem começar carreira, o que
salta aos olhos dos meninos é a
possibilidade de ascensão profissional", acredita Elizabeth
Furiagi, gerente de recrutamento e seleção da AmBev.
Renata Grahl, que hoje é gerente de "trade marketing" da
empresa, foi da turma de trainees de 2002 da AmBev e vinha
de um histórico de estágios
bem remunerados na área financeira. "Vim para a AmBev
para ganhar praticamente o
mesmo no trainee, mas queria
uma empresa grande, onde
aprendesse coisas novas e tivesse plano de carreira."
Logo depois de concluir o
treinamento, Grahl chefiou
uma equipe de 50 pessoas da
área de marketing, que, aos
poucos, foi aumentando.
"Tentei priorizar o aprendizado porque sabia que ganhar dinheiro seria questão de tempo."
(DENISE GALVANI)
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