São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2005

Próximo Texto | Índice

34.000 VAGAS

Seleção na indústria tem início neste mês; sindicato prevê a abertura de mais de 50 mil postos de trabalho

Para temporários, fim do ano começa agora

Renato Stockler/Folha Imagem
Josinaldo André, que foi efetivado numa distribuidora de botijão de gás


RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Currículos à mão. Está aberta a temporada de caça a uma vaga temporária para o segundo semestre. A previsão é de que sejam criados, até o fim de 2005, 50.653 novos postos de trabalho formais, segundo a Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e do Trabalho Temporário). Esse montante representa um aumento de 8% em relação às contratações feitas no mesmo período do ano passado.
Para quem pleiteia uma vaga na indústria, é melhor correr. "As fábricas já estão contratando a fim de preparar os estoques necessários para o Dia das Crianças e para o Natal", anuncia o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.
Entre setembro e outubro, é a vez do comércio, que inicia o processo de seleção de candidatos a cargos como vendedores, atendentes, caixas, animadores e profissionais de telemarketing.
Na busca por um contrato temporário, os paulistanos estão em vantagem. São Paulo deve oferecer 32% do total de vagas. O Estado é seguido de longe por Rio de Janeiro (15%), Rio Grande do Sul (11%) e Minas Gerais (8%).

Para todos
André Medina, da Luandre Consultoria, diz acreditar que a conquista de uma vaga temporária seja mais fácil do que a de uma permanente. "São contratados milhares de pessoas, e o nível de exigência das empresas cai."
Todos têm chance nesse mercado, na opinião de Hermínio Lima Neto, do Grupo Newtime Recursos Humanos. "Não há um perfil específico de candidato", diz.
Sem experiência profissional, após concluir o ensino médio, a vendedora Camila Avelino da Silva foi em busca de uma vaga para trabalhar durante o período de Natal de 2003. "A concorrência é grande, mas sempre é possível destacar-se na seleção com bom humor e mostrando dedicação."
O problema foi acostumar-se com milhares de pessoas visitando a loja em busca de presentes. "Foi cansativo. Ainda assim, esforcei-me para seguir as normas."
A tática deu resultado. A profissional foi recrutada por mais três meses no ano seguinte e, em 2005, quando surgiu uma oportunidade de efetivação, seu nome era o primeiro da lista de candidatos.

Dentro da lei
Fugir das firmas que cobram por treinamento é uma das dicas para quem pretende passar parte da primavera e do verão em um trabalho temporário. "As empresas não podem taxar a capacitação para a função ou o processo de seleção", informa Necésio Tavares Neto, do Sindeprestem (sindicato que reúne companhias de prestação de serviços).
Carteira assinada e contrato de trabalho fazem parte do pacote. "Os direitos dos profissionais temporários e dos empregados fixos são sempre os mesmos. Ambos asseguram férias, 13º salário e FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço]", enfatiza a presidente da Comissão de Defesa da Advocacia - Núcleo Trabalhista da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, secção São Paulo), Sônia Mascaro Nascimento.

Colaborou Mônica Serrano


Próximo Texto: Dedicação é o caminho para ser efetivado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.