São Paulo, domingo, 08 de junho de 2008 |
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DE OLHO NO PASSADO Necessidade de estudos sobre impacto ambiental de obras abre espaço para arqueólogo Fora das telas, consultoria se destaca
IGOR GIANNASI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Se no cinema o lançamento do último "Indiana Jones" ganha pontos ao fazer multidões sonharem com descobertas emocionantes de relíquias históricas, fora da telona o profissional que envereda pelos ramos da arqueologia encontra uma realidade bem diferente. Aventuras à parte, o momento é oportuno para dedicar-se à consultoria científica. A justificativa é a necessidade de estudos de impacto ambiental para a construção de obras de infra-estrutura, principalmente as ligadas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "A demanda nesse segmento é grande e nem sempre encontramos profissionais qualificados", ressalta a arqueóloga Solange Caldarelli, sócia da Scientia Consultoria Científica. Nesse caso, em lugar de escavações em regiões inóspitas, entra em cena o escritório. "O arqueólogo fica mais tempo analisando peças no laboratório e escrevendo os relatórios", esclarece Camila Azevedo de Moares, coordenadora de projetos da Zanettini Arqueologia. A formação do arqueólogo pode ser feita por graduação, especialização ou tempo de serviço -a profissão ainda não é regulamentada, mas há um projeto de lei sobre a questão em tramitação no Congresso. Independentemente da via escolhida, para se destacar, a complementação acadêmica constante mostra-se essencial. "Quero agora iniciar o mestrado na área na Universidade de São Paulo", planeja Vanessa de Carvalho Benedito, 24, que é formada em história. Com experiência de quatro anos em consultoria científica, Vanessa solicitará o título de arqueóloga à Sociedade de Arqueologia Brasileira no ano que vem. Para quem é iniciante, a sugestão é estagiar em um laboratório, diz o professor da pós-graduação em arqueologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Marcos Albuquerque. "A experiência pode tirar romantismos da cabeça." O estagiário Milton Bortoleto, 23, estudante de ciências sociais, concorda e não vê com bons olhos a mítica da profissão criada por Indiana Jones. "Ele até deturpa a imagem do respeito a outras culturas." Próximo Texto: Trabalho se estende à comunidade Índice |
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