São Paulo, domingo, 08 de junho de 2008

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saúde corporativa

Especialistas recomendam zelo para que transtornos não se agravem

Profissionais ficam entre a saúde e a imagem pessoal

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde que ingressou na atividade de corretagem de imóveis, o ex-professor de musculação Fernando Cesar Pardini, 28, teve de trocar a academia pelo escritório e substituir o trio camiseta-bermuda-tênis pelo terno.
Foi então que descobriu os transtornos do novo trabalho. "Como meu corpo não está acostumado com roupas pesadas, passo muito calor e transpiro bastante em dias quentes."
Como Pardini, muitos profissionais se deparam com exigências de apresentação pessoal que provocam desconforto e até problemas de saúde.
O ideal é não deixar a situação se prolongar e procurar um especialista, já que a solução pode ser simples, segundo os médicos ouvidos pela Folha.
No caso de Pardini, diz o dermatologista Ciro Festa Neto, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a sugestão é usar desodorantes com alumínio na fórmula. "Mas o ideal é alternar o uso."
Há, no entanto, casos mais complexos, como o da cantora lírica e popular Juliana Valadares, 35: mesmo alérgica, usa maquiagem nos concertos.
"Nas récitas (apresentações de ópera), além de o palco ser distante do público, há necessidade de maquiagem mais pesada para dar profundidade e expressão ao rosto", conta Valadares, que diz ficar com a face toda vermelha e com coceiras.
A saída em situações como essa é evitar a causa da reação. "Dermatite de contato não tem cura. É preciso identificar a substância do cosmético que causa a hipersensibilidade e trocar os produtos", diz Neto.

Pés inchados
Já quem precisa usar sapato social deve atentar em alguns cuidados, como fugir de pontas finas e de saltos acima de 5 cm. "Dentro de certos limites, o salto é até benéfico, pois ameniza o excesso de rigidez do solo", diz o ortopedista Túlio Fernandes, chefe da equipe especializada em pé e tornozelo da Faculdade de Medicina da USP.
Alguns agravantes, porém, fogem do controle do profissional. "A indústria nacional deveria prever o meio-ponto na numeração dos calçados e variar a largura", defende Fernandes.
Como resultado, diz o especialista, muitos são obrigados a usar calçados desconfortáveis.
O problema não se restringe aos ambientes dos escritórios: acontece também entre operários de fábrica obrigados a usar sapatos com biqueiras de aço. "Fornecidos pelo empregador, normalmente são oferecidas poucas variações de tamanho. A desproporção do formato do pé com a forma do sapato causa dores pelo corpo", exemplifica o ortopedista. (DB)


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