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saúde corporativa
Especialistas recomendam zelo para que transtornos não se agravem
Profissionais ficam entre a saúde e a imagem pessoal
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Desde que ingressou na atividade de corretagem de imóveis,
o ex-professor de musculação
Fernando Cesar Pardini, 28, teve de trocar a academia pelo escritório e substituir o trio camiseta-bermuda-tênis pelo terno.
Foi então que descobriu os
transtornos do novo trabalho.
"Como meu corpo não está
acostumado com roupas pesadas, passo muito calor e transpiro bastante em dias quentes."
Como Pardini, muitos profissionais se deparam com exigências de apresentação pessoal que provocam desconforto
e até problemas de saúde.
O ideal é não deixar a situação se prolongar e procurar um
especialista, já que a solução
pode ser simples, segundo os
médicos ouvidos pela Folha.
No caso de Pardini, diz o dermatologista Ciro Festa Neto,
da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, a
sugestão é usar desodorantes
com alumínio na fórmula.
"Mas o ideal é alternar o uso."
Há, no entanto, casos mais
complexos, como o da cantora
lírica e popular Juliana Valadares, 35: mesmo alérgica, usa
maquiagem nos concertos.
"Nas récitas (apresentações
de ópera), além de o palco ser
distante do público, há necessidade de maquiagem mais pesada para dar profundidade e expressão ao rosto", conta Valadares, que diz ficar com a face
toda vermelha e com coceiras.
A saída em situações como
essa é evitar a causa da reação.
"Dermatite de contato não tem
cura. É preciso identificar a
substância do cosmético que
causa a hipersensibilidade e
trocar os produtos", diz Neto.
Pés inchados
Já quem precisa usar sapato
social deve atentar em alguns
cuidados, como fugir de pontas
finas e de saltos acima de 5 cm.
"Dentro de certos limites, o salto é até benéfico, pois ameniza
o excesso de rigidez do solo",
diz o ortopedista Túlio Fernandes, chefe da equipe especializada em pé e tornozelo da Faculdade de Medicina da USP.
Alguns agravantes, porém,
fogem do controle do profissional. "A indústria nacional deveria prever o meio-ponto na numeração dos calçados e variar a
largura", defende Fernandes.
Como resultado, diz o especialista, muitos são obrigados a
usar calçados desconfortáveis.
O problema não se restringe
aos ambientes dos escritórios:
acontece também entre operários de fábrica obrigados a usar
sapatos com biqueiras de aço.
"Fornecidos pelo empregador,
normalmente são oferecidas
poucas variações de tamanho.
A desproporção do formato do
pé com a forma do sapato causa
dores pelo corpo", exemplifica
o ortopedista.
(DB)
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