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Atuação em família exige análise crítica
Consultores de empresas familiares falam sobre o que o profissional deve avaliar ao trabalhar com parentes
EILENE ZIMMERMAN
DO "NEW YORK TIMES"
Pequenas empresas são
responsáveis pela maior parte dos postos de trabalho
criados no mundo e, dessa
forma, são alternativa para o
desenvolvimento de carreira.
Por vezes, escolher esse caminho passa por atuar em empresas da própria família.
De um lado, é uma boa
oportunidade de entrar em
contato com áreas diversas
e estar próximo de gestores
conhecidos e de confiança.
De outro, existe o risco de arruinar os laços familiares, atrasar a carreira e até mesmo afundar o negócio.
Consultores de empresas
familiares explicam o que é
preciso considerar antes de
assumir um posto na empresa de um parente e durante
o período de trabalho.
Qual é a diferença entre trabalhar para um familiar e para pessoas distantes?
Tenha em mente que as relações familiares são tipicamente focadas em relacionamento e lealdade.
Já nos negócios, o foco está
em objetivos, competências e
crescimento, afirma Greg
McCann, professor da Universidade Stetson, localizada
na Flórida, nos EUA.
Quando os dois se combinam, os resultados podem
ser diversificados.
"Trabalhar com a família
pode ser fonte de força porque você tem a confiança,
compartilha os mesmos valores e tem um compromisso
com o outro", diz McCann.
No entanto, parentes podem querer se aproveitar
desse relacionamento e chegar tarde, sair cedo ou tentar
ganhar um salário maior.
"Um dos maiores riscos é
que, se algo der errado, o prejuízo poderá ultrapassar os
muros da empresa e atingir
sua vida pessoal", analisa.
De que preciso me certificar
antes de trabalhar com um
parente?
Assegure-se de que há um
caminho para o crescimento,
comenta o consultor e palestrante David Specht.
Trabalhar com parentes
frequentemente significa gerenciar a própria carreira,
uma vez que, em empresas
pequenas, pode não haver
processos para promoção ou
desenvolvimento.
Discuta que tipos de dificuldade você terá de superar
para ser líder e se a empresa
tem planos de contingência
caso algo dê errado.
Os funcionários da empresa
podem ficar ressentidos de o
familiar do proprietário constituir a equipe?
Pode haver conflitos com
colaboradores não familiares
se eles sentirem que seu trabalho está ameaçado.
É importante ver o trabalho como uma oportunidade
e não apenas um lugar para
ficar até surgir uma chance
melhor no mercado.
Posicione-se em um padrão alto (de desempenho),
aconselha Graham Chapman, que assumiu uma vaga
na empresa de marketing de
seu pai depois de se formar,
no ano passado.
Na época com poucas
perspectivas, ele começou
em uma posição baixa, mas
logo galgou novos postos.
"Fiquei preocupado com
ressentimentos e com a ideia
de eu estar ali de favor", assinala Chapman.
Ele ressalta, no entanto,
que sabia que, para evitar
essa situação, teria de trabalhar mais arduamente do que
os outros e obter resultados
em um prazo menor.
Apesar de estar trabalhando
com um familiar, devo ter um
contrato ou qualquer outro
acordo escrito?
Se o dono do negócio é alguém relativamente próximo, um acordo formal soa
um exagero.
É importante, entretanto,
ter uma descrição por escrito
do trabalho do profissional,
de seu papel e de suas responsabilidades na estrutura
organizacional, comenta
Mark Green, sócio da Family
Business Consulting Group.
"É preciso ser o mais direto
possível em relação a expectativas de compensações, a
possibilidades de crescimento e mesmo ao que vai acontecer se as coisas não derem
certo", recomenda.
Isso porque, ainda que o
profissional saia da empresa,
"terá de ver essas pessoas
nas reuniões de família".
Mesmo que essa não seja minha primeira opção em termos de movimento de carreira, quais são os benefícios de
trabalhar com a família?
Provavelmente você vai se
expor a mais áreas da empresa do que em outro lugar.
Uma vez que boa parte das
empresas familiares é pequena, o profissional se torna
multitarefa.
Há ainda o sentimento de
lealdade e de missão quando
se trabalha com familiares.
"Você quer ganhar pela família. Há um sentimento de
"se eu for bem, você vai bem",
que dá ao trabalho um propósito e um significado", comenta Larry Colin, coautor
do livro "Family Inc.".
Colin afirma que membros
da família geralmente têm
mais tolerância a erros e a
más decisões e geralmente
estão mais propensos a permitir um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
"Trabalhar com a família
não é fácil. Mas, quando dá
certo -e muitas vezes dá-,
não há nada melhor."
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