São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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Saiba como sobreviver à guerra de poderes

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O primeiro passo para contornar o autoritarismo na empresa, opinam os consultores ouvidos pela Folha, deve ser identificar se o problema do chefe se restringe com você -o que o obrigará a rever alguns pontos do seu comportamento- ou se é geral.
Para a autora da pesquisa, Betânia Tanure de Barros, com chefe autoritário ou não, uma estratégia importante para o bom trânsito na empresa é desenhar o mapa dela. "O empregado tem de saber que tipo de profissional, a rigor, detém o poder. Não é só aquele que está no organograma." Isso permite saber quem procurar.
Falar diretamente com o superior, segundo Janete Dias, psicóloga e conselheira de carreiras da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), deve ser uma alternativa cogi- tada, mas com cuidado.
"Se o empregado é novo na empresa, não deve partir para a conversa com o chefe ainda. Melhor esperar até ganhar espaço, mostrar um pouco mais de seu trabalho", afirma a psicóloga.

Limite
Outro conselho de Dias: não deixar a situação chegar ao limite. Antes disso, o ideal é falar. O assunto não deve ser o comportamento do chefe. "Proponha uma conversa sobre seu rendimento, como retorno de seu trabalho. Leve dados, resultados de seu desempenho. Relembre uma situação em que ele foi autoritário com você, questione se foi algo da sua conduta que o provocou."
Caso não seja possível conversar, aproveite os canais que houver, como o contato com outros setores e com os chefes do chefe.
"Mas há empresas em que esse tipo de iniciativa é considerada quebra de hierarquia", pondera Rubens Gimael, consultor de carreiras da Neo Consulting. Nesses casos, o efeito pode ser pior.
Diferenças culturais também pesam. B.L., 27, era analista de marketing numa empresa de informática em São Paulo e não conseguiu conviver com a característica da companhia. "Os superiores eram extremamente autoritários e quando alguém apresentava uma idéia ao chefe e ela não era aprovada, ele gritava. Todo o escritório ficava sabendo." (FLÁVIA MARREIRO)


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