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HORA DO INTERVALO
Acordo vem de queixa de empregados
Espaço de recreação de colaborador deve ser acompanhado de bom ambiente de trabalho
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os intervalos programados
pelas empresas podem surgir
de uma iniciativa dos próprios
colaboradores. Foi o que aconteceu na Totvs.
Amariles Leite Pimenta, 49,
assistente-executiva da vice-presidência, conta que o sistema das pausas foi criado devido
à insatisfação dos empregados,
que usaram os canais de comunicação interna para falar do
problema. "Os não fumantes
reclamaram porque apenas os
fumantes tinham o privilégio
de fazer paradas", relata.
A queixa chegou ao presidente da empresa e foram implantados dois intervalos diários de
15 minutos cada um e os espaços de recreação.
No início, uma campainha
avisava os horários das pausas.
Depois de um tempo, diz Pimenta, todos começaram a
parar por conta própria.
Ela, que é fumante, nem sempre sai do prédio para acender
um cigarro. O espaço, avalia, é
uma chance para conversar
com pessoas de outros setores.
"Breaks"
Já na escola carioca Plan
Idiomas Direcionados, os funcionários podem fazer pausas
de dez minutos a cada duas horas. Só há uma exigência: durante os "breaks", todos devem
conversar em um dos idiomas
ensinados no local.
Como não é permitido fumar
na escola, os fumantes acendem cigarros na calçada, mas
também falando em outra língua. Ninguém abusa dos descansos ou ultrapassa o tempo,
diz Faust Maurer, sócio-diretor
da escola. "A produtividade aumentou muito e as faltas diminuíram", constata.
O diretor conta que a ideia
surgiu depois que viu os funcionários comendo biscoitos em
frente ao computador e achou a
situação "estressante".
"Não somos o Google, mas
tentamos criar um bom clima
no ambiente de trabalho",
aponta, citando a empresa norte-americana conhecida por
ambientes inovadores.
Rogério Matuck, 44, gerente
de negócios da escola, diz que
volta mais descansado das pausas. "O trabalho rende mais."
No entanto, há quem prefira
trabalhar sem interrupções, como o publicitário Elias Torres,
31, diretor de arte de uma agência de publicidade.
"Em algumas etapas do trabalho, como no processo de
produção, chego a ficar muitas
horas direto em frente ao computador. Se paro, sinto que tenho de recomeçar do zero."
Torres diz que já trabalhou
em agências que disponibilizam áreas de recreação para os
funcionários, com sinuca, pebolim e videogame, mas avalia
esse recurso "relativo".
"Quando o lugar não tem esse perfil relaxado, não adianta
tentar fazer isso. De nada serve
o espaço se o chefe fica no pé,
controlando o tempo", diz.
"Se o clima no ambiente de
trabalho não é bom, a pessoa
sente mais pressão psicológica
no momento de lazer do que
sentado à mesa de trabalho."
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