São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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HORA DO INTERVALO

Acordo vem de queixa de empregados

Espaço de recreação de colaborador deve ser acompanhado de bom ambiente de trabalho

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os intervalos programados pelas empresas podem surgir de uma iniciativa dos próprios colaboradores. Foi o que aconteceu na Totvs.
Amariles Leite Pimenta, 49, assistente-executiva da vice-presidência, conta que o sistema das pausas foi criado devido à insatisfação dos empregados, que usaram os canais de comunicação interna para falar do problema. "Os não fumantes reclamaram porque apenas os fumantes tinham o privilégio de fazer paradas", relata.
A queixa chegou ao presidente da empresa e foram implantados dois intervalos diários de 15 minutos cada um e os espaços de recreação.
No início, uma campainha avisava os horários das pausas. Depois de um tempo, diz Pimenta, todos começaram a parar por conta própria.
Ela, que é fumante, nem sempre sai do prédio para acender um cigarro. O espaço, avalia, é uma chance para conversar com pessoas de outros setores.

"Breaks"
Já na escola carioca Plan Idiomas Direcionados, os funcionários podem fazer pausas de dez minutos a cada duas horas. Só há uma exigência: durante os "breaks", todos devem conversar em um dos idiomas ensinados no local.
Como não é permitido fumar na escola, os fumantes acendem cigarros na calçada, mas também falando em outra língua. Ninguém abusa dos descansos ou ultrapassa o tempo, diz Faust Maurer, sócio-diretor da escola. "A produtividade aumentou muito e as faltas diminuíram", constata.
O diretor conta que a ideia surgiu depois que viu os funcionários comendo biscoitos em frente ao computador e achou a situação "estressante".
"Não somos o Google, mas tentamos criar um bom clima no ambiente de trabalho", aponta, citando a empresa norte-americana conhecida por ambientes inovadores.
Rogério Matuck, 44, gerente de negócios da escola, diz que volta mais descansado das pausas. "O trabalho rende mais."
No entanto, há quem prefira trabalhar sem interrupções, como o publicitário Elias Torres, 31, diretor de arte de uma agência de publicidade.
"Em algumas etapas do trabalho, como no processo de produção, chego a ficar muitas horas direto em frente ao computador. Se paro, sinto que tenho de recomeçar do zero."
Torres diz que já trabalhou em agências que disponibilizam áreas de recreação para os funcionários, com sinuca, pebolim e videogame, mas avalia esse recurso "relativo".
"Quando o lugar não tem esse perfil relaxado, não adianta tentar fazer isso. De nada serve o espaço se o chefe fica no pé, controlando o tempo", diz.
"Se o clima no ambiente de trabalho não é bom, a pessoa sente mais pressão psicológica no momento de lazer do que sentado à mesa de trabalho."


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