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"Sushiman" cresce mesmo sem curso
free-lance para a Folha
O ``sushiman'' (profissional da
cozinha japonesa), apesar do nome, é aquele que prepara não só
sushis (bolinhos de arroz com algas e peixes), mas também sashimis (tiras de peixes, camarões e lagostas).
Esse profissional, que ganha em
média entre R$ 1.500 e R$ 2.500
por mês, prepara essas delícias
orientais em um balcão posicionado em frente aos clientes.
Faz uma espécie de performance
com as facas especiais para o corte
dos peixes e crustáceos e com a habilidade que deve ter nas mãos.
Só na cidade de São Paulo, existem mais de 200 restaurantes do
gênero. Cada um emprega, em
média, dois ``sushimen''.
Devido a esse número, Hugo Kawauche, presidente da Associação
Brasileira de Culinária Japonesa,
diz que a profissão, que não é regulamentada, está em crescimento.
Não existe um curso profissionalizante para interessados nesse tipo de trabalho. Mas há quem dê
aulas para iniciantes, que duram
de um dia a um mês.
Geralmente, quem é ``sushiman'' começou como ajudante de
cozinha -nesse caso, o salário
mensal é menor e varia de dois a
cinco salários mínimos -ou de
R$ 224 a R$ 560.
Ronaldo Barreto, técnico e professor de alimentos e bebidas do
Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), diz que o
brasileiro tem habilidade manual
para esse tipo de trabalho.
Segundo ele, os nordestinos são
os que mais se adaptam às exigências da cozinha japonesa. ``São especiais no quesito habilidade.''
Wilson Alcântara da Rocha confirma essa tese. Baiano de 28 anos,
está na profissão há exatos 11 anos.
Recomenda: ``Na hora do balcão,
o `sushiman' deve ser rápido e organizado''.
Rocha, que trabalha como
``prestador de serviços'' no Mori
Mori Sushi, em Perdizes (zona
oeste de São Paulo), ganha de R$
2.000 a R$ 3.000 por mês.
Para João Brito, 32, Muniz Cruz
Mendonça, 38, e Marcelo Mitiaki,
27, todos ``sushimen'' do restaurante Mariko, em São Paulo, o
bom profissional deve atender
bem o cliente.
Oscar Izumi, 39, professor de
sushi e sashimi do Senac, trabalhou seis anos no restaurante Sushigen, também em São Paulo.
Ele diz que a profissão é boa devido ao contato que o profissional
deve fazer com o público.
``Muitos clientes não ficam presos ao cardápio. Daí, o `sushiman'
tem a liberdade para escolher uma
comida e criar novas combinações
e decoração na hora.''
Hoje, ele e sua mulher, Marye,
têm um bufê de comida japonesa.
Izumi cuida dos sushis e sashimis e
Marye, dos pratos quentes.
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