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ALTA DEFINIÇÃO
TV digital gera vagas em emissoras e universidades
Engenharia, criação e produção de conteúdo se abrem a profissionais
Rodrigo Paiva/Folha Imagem
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O radialista Gustavo Aranda espera que a digitalização abra mais espaço para produtoras independentes |
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nas telas, imagens em alta
resolução, ausência de interferências e sons mais precisos.
Nos bastidores, a transição do
sistema analógico para o digital
promoverá uma outra revolução na televisão: o surgimento
de novas funções e a transformação de algumas profissões.
Especialistas afirmam que as
novidades não param por aí.
"Prevê-se a geração de um
grande número de postos de
trabalho", explica o secretário
de política de informática do
Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto Cesar Gadelha.
Para ele, contudo, qualquer
estimativa sobre a quantidade
de vagas criadas é precipitada.
O certo, diz Gadelha, é que as
universidades abram espaço
para docentes com conhecimento nessa nova tecnologia,
as indústrias passem a contar
com mais colaboradores e as
emissoras recrutem pessoal
para a produção de conteúdo.
Representantes de emissoras
são unânimes ao afirmar que a
transição de modelos abrirá espaço para mais profissionais.
"Todas as emissoras, inclusive a TV Globo, precisarão instalar novos transmissores. Para
tanto, precisarão de engenheiros e equipes de instalação. Necessitarão também de colaboradores nas áreas de interatividade e de criação -que pensem
em como enriquecer os programas com informações adicionais- e de pessoas para operar
novos recursos", lista Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia.
O diretor de tecnologia do
SBT, Roberto Franco, concorda. E acrescenta que outras
áreas deverão se abrir, já que
cenários, maquiagem e figurinos terão de ser mais elaborados por causa da alta definição.
"Isso demanda um tempo
maior de pesquisa e execução.
Para fazer no mesmo prazo, ou
será preciso mais gente ou pessoal mais especializado", avalia.
Até a área comercial deve
passar por um turbilhão. "Deverá haver venda de produtos
pela internet. Será preciso elaborar um novo plano de negócios e descobrir a melhor forma
de vender algo com tamanha
interatividade", acredita o gerente-geral da Rede Mulher,
João Batista Rodrigues.
O independente aparece
Fora das emissoras comerciais novas oportunidades também devem surgir.
O governo federal planeja
criar quatro novos canais de televisão, que ficarão a cargo do
Executivo. A proposta é viabilizar a transmissão de programações alternativas e voltadas a
educação, cultura e cidadania.
É justamente nesse filão que
o radialista Gustavo Aranda,
32, está de olho. "Haverá muito
mais espaço para programas
independentes, mais baratos
para as emissoras", destaca.
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