São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006

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ALTA DEFINIÇÃO

TV digital gera vagas em emissoras e universidades

Engenharia, criação e produção de conteúdo se abrem a profissionais

Rodrigo Paiva/Folha Imagem
O radialista Gustavo Aranda espera que a digitalização abra mais espaço para produtoras independentes


RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nas telas, imagens em alta resolução, ausência de interferências e sons mais precisos. Nos bastidores, a transição do sistema analógico para o digital promoverá uma outra revolução na televisão: o surgimento de novas funções e a transformação de algumas profissões.
Especialistas afirmam que as novidades não param por aí. "Prevê-se a geração de um grande número de postos de trabalho", explica o secretário de política de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto Cesar Gadelha.
Para ele, contudo, qualquer estimativa sobre a quantidade de vagas criadas é precipitada.
O certo, diz Gadelha, é que as universidades abram espaço para docentes com conhecimento nessa nova tecnologia, as indústrias passem a contar com mais colaboradores e as emissoras recrutem pessoal para a produção de conteúdo.
Representantes de emissoras são unânimes ao afirmar que a transição de modelos abrirá espaço para mais profissionais.
"Todas as emissoras, inclusive a TV Globo, precisarão instalar novos transmissores. Para tanto, precisarão de engenheiros e equipes de instalação. Necessitarão também de colaboradores nas áreas de interatividade e de criação -que pensem em como enriquecer os programas com informações adicionais- e de pessoas para operar novos recursos", lista Fernando Bittencourt, diretor da Central Globo de Engenharia.
O diretor de tecnologia do SBT, Roberto Franco, concorda. E acrescenta que outras áreas deverão se abrir, já que cenários, maquiagem e figurinos terão de ser mais elaborados por causa da alta definição.
"Isso demanda um tempo maior de pesquisa e execução. Para fazer no mesmo prazo, ou será preciso mais gente ou pessoal mais especializado", avalia.
Até a área comercial deve passar por um turbilhão. "Deverá haver venda de produtos pela internet. Será preciso elaborar um novo plano de negócios e descobrir a melhor forma de vender algo com tamanha interatividade", acredita o gerente-geral da Rede Mulher, João Batista Rodrigues.

O independente aparece
Fora das emissoras comerciais novas oportunidades também devem surgir.
O governo federal planeja criar quatro novos canais de televisão, que ficarão a cargo do Executivo. A proposta é viabilizar a transmissão de programações alternativas e voltadas a educação, cultura e cidadania.
É justamente nesse filão que o radialista Gustavo Aranda, 32, está de olho. "Haverá muito mais espaço para programas independentes, mais baratos para as emissoras", destaca.


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