São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006

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ALTA DEFINIÇÃO

TI é o campo mais afetado com o novo tipo de transmissão

Integração de tecnologia com produção de conteúdos

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As teclas do controle remoto trarão novas possibilidades: desde mais informações sobre o programa exibido e visão da cena por outro ângulo até a compra de um produto usado por um personagem de novela.
O quadro parece futurista, mas é isso o que tende a acontecer com a TV digital nos próximos anos. Maior integração do telespectador e um leque mais amplo de serviços oferecidos.
É nesse contexto que o departamento de tecnologia de emissoras e produtoras de televisão ganha mais força. É ele o responsável por boa parte dessa interatividade, já que essas funções dependem de softwares para serem produzidas.
"Até agora, muito do trabalho da equipe tem sido voltado para a área administrativa. Com a digitalização, passaremos a ter um papel bastante ativo no processo de elaboração de conteúdo", assinala o diretor de tecnologia da Rede Record, José Marcelo Amaral.
O coordenador dos cursos de tecnologia da FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Celso Poderoso, concorda. "Com o formato digital, o conteúdo [dos programas] será mais rico. Principalmente no que diz respeito ao som, que até agora é estéreo e passará a ter qualidade melhor com a transição do sistema."
Amaral, da Rede Record, completa: "O valor do profissional de tecnologia e a responsabilidade que passa a ter aumentam nesse novo quadro".
Panorama bastante diferente do encontrado nos últimos 15 anos, segundo Gunnar Bedicks, pesquisador-chefe do Laboratório de Rádio e TV Digital do Mackenzie. Ao longo desse período, destaca ele, muitos cursos ligados à engenharia de televisão foram desativados. "Não havia inovação nessas áreas", acrescenta.

Mudanças à vista
Mas a valorização dos profissionais- principalmente engenheiros e especialistas em computação- terá um preço: manter-se atualizado. "Eles têm condição de desempenhar as funções exigidas no novo formato. Mas devem aprender as novas linguagens", avalia Alexandre Silva, coordenador do MBA em TI da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica). Resta a eles buscar informações nos bancos escolares, em curso de graduação ou de pós.
Precisando de profissionais capacitados e com visão comercial aguçada, o Ceitec, fabricante de microchips, resolveu repatriar brasileiros.
Entre os 25 profissionais contratados há três brasileiros que voltaram do exterior para atuar em nível gerencial.
"Precisamos capacitar doutores, que têm conhecimentos acadêmico e teórico de desenvolvimento de produtos, mas não comerciais", assinala o diretor-presidente da companhia, Sérgio Dias.
Segundo ele, a mudança para o sistema digital beneficiará engenheiros eletrônicos e químicos, além de físicos e químicos. "Para cada etapa necessitamos de uma especialidade."


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