ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

O que faz um executivo feliz? "Poder, sucesso, dinheiro", responderão alguns. De tão delicado, o tema é quase tabu. Para os que estão focados na carreira, é impensável combinar sucesso com outros anseios pessoais. Para chegar a um deles, é preciso sacrificar o outro. A equação entre sucesso e felicidade ainda está sem solução evidente, apontam os autores do livro "Executivos: Sucesso e (in)Felicidade", Betania Tanure, Antonio Carvalho Neto e Juliana Andrade. Saindo do universo de achismo que ronda o tema, os especialistas foram a campo ouvir o que pensam os executivos em ação. Remexeram as entranhas da vida pessoal, da relação afetiva, de medos e inseguranças. Participaram 956 executivos -dos quais 222 mulheres- de 344 empresas. Para a análise, foram cruzados atributos do perfil psicológico com sua percepção de sucesso, felicidade e gerenciamento da pressão. A publicação trata de cinco fontes de tensão para esses profissionais: o uso do tempo, o impacto da mudança, a competência, o orgulho e o jogo de poder na organização. Em relação às executivas, um dado interessante é revelado: enquanto 80% dos homens têm relações amorosas estáveis, apenas 20% das mulheres podem dizer o mesmo. O livro permite que o leitor se identifique com um dos perfis traçados e persiga algumas soluções. Para os autores, os três tipos de crise que mais marcam os executivos são morte de familiar próximo, grande mudança de responsabilidade no trabalho e problemas com o chefe. A publicação tem a vantagem de ter sido elaborada por brasileiros para executivos daqui. Em meio à avalanche de livros estrangeiros, é um alento encontrar em suas páginas um universo bastante familiar. Por fim, o saldo final: 76% deles não se consideram felizes.

Executivos: Sucesso e (in)Felicidade
OBRA COLETIVA
Editora: Campus/Elsevier; Quanto: preço não divulgado (180 págs.);
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