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ARTIGO
Internet: facilitador ou obstáculo?
Uso da rede para a procura de emprego deve ser feito com cautela, diz psicóloga
FÁTIMA ROSSETTO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Na era da informação rápida
e das oportunidades de trabalho saltitando na internet, não
é nada incomum ouvir alguém
dizer que cadastrou o currículo
em vários sites de emprego.
Há uma série de vantagens, como a rapidez, o volume de
vagas disponíveis e a simplicidade da ferramenta em si.
Mas é preciso diferenciar-se.
Para isso, ao enviar um currículo por e-mail, é importante incluir uma carta de apresentação, identificando-se e dizendo
como chegou àquela vaga.
Sempre que possível, tais informações devem ser enviadas
no corpo da mensagem, o que,
além de facilitar a visualização,
reduz o risco dos vírus virtuais.
Outro ponto é que, ao contrário do imaginado por muitos,
uma parte desses currículos,
geralmente os que não se enquadram no perfil sugerido, pode ser descartada pelas empresas sem que passe a constar
de um banco de dados interno.
Ou seja, acaba virando "spam".
Quando uma oportunidade
de emprego é publicada em um
site, em razão da abrangência
desse meio de comunicação, a
competição se amplia muito.
Além da elevadíssima quantidade de possíveis candidatos,
outros tantos cadastram seus
currículos sem nenhuma conexão com o perfil publicado, esperando ser "pescados" ou
aproveitados. Pura ilusão.
Armadilhas
É fundamental que todos que
utilizam esse meio como uma
das formas de recolocar-se no
mercado estejam atentos a algumas possíveis armadilhas.
Primeiro, o profissional deve
se questionar se realmente há
fundamento em informar dados que vão além da sua experiência ou da sua relação com o
mercado da vaga ofertada.
Motivo: ele pode estar no alvo do "vendedor de emprego".
Isso porque há empresas fictícias utilizando os artifícios da
internet para apoderar-se de
dados pessoais, tirando proveito da ansiedade das pessoas em
busca de um importante objetivo -o de se empregar.
Tais empresas abordam o público com promessas de empregabilidade, mediante uma "avaliação", que, na maioria das vezes, tem um custo elevado e
tende a abalar seu planejamento financeiro nesse momento
crucial de transição de carreira.
Diante dessas promessas, é
bom não se deixar enganar.
Verificar a procedência das informações, consultar pessoas
conhecidas, perguntar sobre a
empresa que está selecionando
e sobre a que está oferecendo a
vaga, questionar sobre o seu
segmento e porte e só publicar
informações que realmente sejam relevantes à oportunidade
em si são as principais dicas.
Hackers
É importante considerar
que, além das empresas "vendedoras de emprego", há ainda
quem se utilize das informações registradas cuidadosamente no momento de busca
de uma posição profissional
para conhecer a rotina, o histórico e, de alguma forma, ameaçar a integridade da pessoa.
O candidato a um posto de
trabalho tem de lembrar quais
são os dados importantes para
uma seleção desse tipo, demonstrar seus conhecimentos
e deixar claro suas experiências
na área desejada, mas não enviar fotos nem fornecer a numeração de seus documentos.
Tantos cuidados ajudam a
evitar cair em tais armadilhas
ou correr o risco de ter seus dados divulgados sem permissão,
como ocorreu recentemente
nos Estados Unidos, onde hackers invadiram um famoso site
de cadastramento de currículos norte-americano e roubaram as informações pessoais de
mais de 1,3 milhão de usuários.
A empresa prometeu reforçar a segurança, mas sua imagem certamente ficará manchada, além dos possíveis inconvenientes que seus clientes
terão de enfrentar agora.
Para proteger-se, o mais indicado ainda é cadastrar currículo nos sites de empregos mais
conhecidos, buscar as tradicionais empresas de recolocação e
utilizar-se do auto-serviço "cadastre-se" nos sites institucionais das grandes empresas.
A maioria das companhias
faz uso desse banco de dados e,
ainda que em grande parte dos
sites não haja vagas disponíveis
no momento ou visíveis a quem
os visita, esse tipo de formulário é uma rica fonte de informações para a área de recursos
humanos das empresas, que
costuma recorrer a ele quando
precisa contratar alguém.
Em resumo, deve-se investigar, ser criterioso e questionar
a relevância das informações.
Cuidar do histórico profissional, selecionando o destinatário do currículo, é um importante passo para gerenciar com
eficácia o plano de carreira.
Ao mesmo tempo, cabe ao
profissional lembrar-se de que,
se, por um lado, a internet exige
cuidado, por outro, suas ferramentas podem agilizar a via do
"networking" -ou seja, os contatos com gente que o conhece,
sabe de suas qualificações profissionais e as endossa ao saber
de uma oportunidade pertinente para sua carreira.
O "networking" aumenta em
muito as chances de carreira,
além de ser uma forma dinâmica, segura e econômica de conquistar uma vaga de trabalho.
FÁTIMA ROSSETTO é psicóloga especializada
em aconselhamento de carreira e consultora da
DBM Brasil
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