São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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VOLTA POR CIMA

Trabalho estimula a recuperação do paciente

Colegas e empresa devem buscar informação e apoiar tratamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de devastadora, a notícia de que a pessoa está com câncer não a desmotiva para trabalhar. Ao contrário, a profissão torna-se, muitas vezes, uma válvula de escape para que o paciente sinta-se útil, segundo Luciana Holtz, diretora-executiva do Portal Oncoguia (www.oncoguia.com.br).
"Claro que cada caso é um caso, e há pessoas que passam por um tratamento tão violento que não conseguem sequer se levantar", pondera.
Mas, se o profissional tem disposição e a empresa permite que ele continue a exercer suas atividades, o trabalho pode ser uma boa estratégia para lutar contra a doença.
Foi o que sentiu a professora Alba Terezinha Patriane Fusco, 57. Apesar da quimioterapia por causa do câncer de mama, ela não deixou de lecionar.
A mesma atitude teve a empresária Carla Pinho, 35, que venceu um câncer de tiróide. "Voltei para o escritório 15 dias após a cirurgia. O trabalho me ajudava a esquecer a doença."

Suporte necessário
Exercer a atividade, contudo, não é suficiente para minimizar as preocupações com o câncer. O apoio dos colegas de trabalho também é fundamental, segundo Fusco.
Nesse quesito, algumas empresas desenvolvem políticas de prevenção e de promoção à saúde dos funcionários, de acordo com a médica Keith Bacellar, gerente da área de gestão de risco em saúde da Marsh Mercer Saúde e Benefícios.
No laboratório Sabin, do Distrito Federal, por exemplo, o departamento de recursos humanos tem uma política de promoção da saúde. "Investimos na conscientização dos funcionários", explica Marly Vidal, gerente de RH.
Já a Ticket, além do programa Viva Melhor, que realiza ações de saúde na empresa, disponibiliza um seguro especial para os pacientes com câncer. "Trabalhamos também na reinserção desse profissional na equipe", explica a diretora de RH, Eliane Aeri.
Mas, para o analista de sistemas C.R, 28, que tem leucemia, ações como essas são exceção.
Para evitar que as pessoas o vejam com piedade, optou por não se identificar. Segundo ele, a maioria das empresas não está preparada para lidar com o assunto, e os colegas associam o câncer à morte. (MCN)


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