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VOLTA POR CIMA
Trabalho estimula a recuperação do paciente
Colegas e empresa devem buscar informação e apoiar tratamento
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de devastadora, a notícia de que a pessoa está com
câncer não a desmotiva para
trabalhar. Ao contrário, a profissão torna-se, muitas vezes,
uma válvula de escape para que
o paciente sinta-se útil, segundo Luciana Holtz, diretora-executiva do Portal Oncoguia
(www.oncoguia.com.br).
"Claro que cada caso é um
caso, e há pessoas que passam
por um tratamento tão violento que não conseguem sequer
se levantar", pondera.
Mas, se o profissional tem
disposição e a empresa permite
que ele continue a exercer suas
atividades, o trabalho pode ser
uma boa estratégia para lutar
contra a doença.
Foi o que sentiu a professora
Alba Terezinha Patriane Fusco, 57. Apesar da quimioterapia
por causa do câncer de mama,
ela não deixou de lecionar.
A mesma atitude teve a empresária Carla Pinho, 35, que
venceu um câncer de tiróide.
"Voltei para o escritório 15 dias
após a cirurgia. O trabalho me
ajudava a esquecer a doença."
Suporte necessário
Exercer a atividade, contudo,
não é suficiente para minimizar as preocupações com o câncer. O apoio dos colegas de trabalho também é fundamental,
segundo Fusco.
Nesse quesito, algumas empresas desenvolvem políticas
de prevenção e de promoção à
saúde dos funcionários, de
acordo com a médica Keith Bacellar, gerente da área de gestão
de risco em saúde da Marsh
Mercer Saúde e Benefícios.
No laboratório Sabin, do Distrito Federal, por exemplo, o
departamento de recursos humanos tem uma política de
promoção da saúde. "Investimos na conscientização dos
funcionários", explica Marly
Vidal, gerente de RH.
Já a Ticket, além do programa Viva Melhor, que realiza
ações de saúde na empresa, disponibiliza um seguro especial
para os pacientes com câncer.
"Trabalhamos também na
reinserção desse profissional
na equipe", explica a diretora
de RH, Eliane Aeri.
Mas, para o analista de sistemas C.R, 28, que tem leucemia,
ações como essas são exceção.
Para evitar que as pessoas o
vejam com piedade, optou por
não se identificar. Segundo ele,
a maioria das empresas não está preparada para lidar com o
assunto, e os colegas associam o
câncer à morte.
(MCN)
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