CÁSSIO AOQUI
EDITOR-ASSISTENTE DE EMPREGOS E CARREIRAS

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Diariamente, a mestranda Catarine de Melo Baldan, 26, debruça-se sobre livros cheios de fórmulas matemáticas, mas, em vez de "química" e "lição", lê "chimie" e "leçon", com vista para a torre Eiffel, em Paris.
Já o estudante Carlos Vitor Hugo de Lima Teixeira, 21, concentra-se para acionar as complexas funções de sua calculadora programável, enquanto o professor anuncia os exercícios do exame final -em alemão.
Em comum, ambos se preparam para atingir um objetivo: o de adquirir habilidades para tornar-se engenheiros globais.
E eles não estão sozinhos. É cada vez maior o número de politécnicos que migram rumo ao exterior de olho nas exigências -e oportunidades- crescentes no mercado de trabalho.
Em 2006, cerca de 200 alunos da USP, da Unicamp, da Unesp e do ITA foram estudar temporariamente em faculdades de engenharia estrangeiras.
Na Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), 30% dos alunos partem para outro país durante a graduação. Só para convênios de diploma duplo, o número saltou de 11, no primeiro ano do programa, em 2001, para 57, em 2006.
"Trata-se de um processo intensificado a partir de 2000. Hoje, temos alunos em vários países", destaca o professor da USP Marcio Lobo Netto.
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) é outra em que se detecta a tendência, com um aumento de 50% no número de politécnicos lá fora.
Para Elisabeth Urbinati, do Setor de Relações Externas da Unesp (Universidade Estadual Paulista), "a internacionalização dos engenheiros é, cada vez mais, exigência profissional".
Exemplificando essa tendência, o aluno de engenharia da Unicamp Bruno Capistrano Siécola de Carvalho, 21, embarcou para Paris, onde participa de convênio de duplo diploma.
"Sinto-me um pouco mais confiante na busca pelo meu primeiro emprego porque acredito que essa experiência me ensinou muito pessoal e profissionalmente", comenta.


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