São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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FUSOS ALINHADOS

Idiomas diversos e distância atrapalham comunicação

Hierarquia precisa ser combinada entre executivos gestores do time

Henrique Manreza/Folha Imagem
Dilson Agostinho, da Rhodia, cometeu gafe por não saber espanhol

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ao lidar com equipes multinacionais, profissionais de times desmembrados enfrentam diferenças de cultura.
Em 2003, Dilson Agostinho, analista de sistemas da Rhodia, participou da implantação de um sistema na Venezuela.
"Foi tudo bastante corrido e, como eu não tinha tempo de fazer um curso de espanhol, abusei do portunhol", lembra. A maior parte da comunicação foi feita por telefone, e escorregões não faltaram.
Em uma ocasião, ele se apresentou como um veterano na empresa. "Mas lá "veterano" é um homem afeminado de mais idade, o que não se aplica ao meu caso", conta.
Essa e outras gafes rendem boas risadas, mas Agostinho considera que o episódio foi um ensinamento de que comunicação "é coisa séria".
Eduardo Vital, gerente de contas da fabricante de software T-Systems, sofreu ao participar de uma reunião em inglês com norte-americanos, japoneses e indianos. "Tivemos dificuldade para entender o que os orientais diziam, por causa do sotaque, e pedimos para que escrevessem", afirma.
O problema vai além do idioma ou do sotaque. A forma como se fala influencia a comunicação e pode causar mal-entendidos. Os franceses, por exemplo, frequentemente falam que algo "não está mal", querendo dizer que "está bom".
"Para os brasileiros que não conhecem os meandros do francês, isso pode parecer uma ofensa", aponta Sueli Campos, gerente de recursos humanos da Rhodia.
Para complicar, parte da comunicação dessas equipes é feita por escrito, o que dá margem a interpretações erradas. Por isso, algumas empresas fazem atas das reuniões virtuais, para que os participantes revisem o que foi decidido.

Reporte
A hierarquia é outro foco de problema que atinge quem trabalha em equipes horizontais. "Às vezes o profissional responde para executivos que competem entre si, o que pode causar conflitos sérios", comenta Mara Turolla, consultora da Career Center.
"Os problemas podem ser evitados se os executivos estão alinhados", ensina Carlos Lanfredi, da Eaton.
Ele fala com propriedade: um de seus pares chineses compartilha com ele a gestão de dois funcionários. Para manter o ritmo de trabalho e se atualizar, os gestores procuram estar sempre em contato. (JV)


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