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FUSOS ALINHADOS
Idiomas diversos e distância atrapalham comunicação
Hierarquia precisa ser combinada entre executivos gestores do time
Henrique Manreza/Folha Imagem
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Dilson Agostinho, da Rhodia, cometeu gafe por não saber espanhol
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao lidar com equipes multinacionais, profissionais de
times desmembrados enfrentam diferenças de cultura.
Em 2003, Dilson Agostinho,
analista de sistemas da Rhodia,
participou da implantação de
um sistema na Venezuela.
"Foi tudo bastante corrido e,
como eu não tinha tempo de
fazer um curso de espanhol,
abusei do portunhol", lembra.
A maior parte da comunicação
foi feita por telefone, e escorregões não faltaram.
Em uma ocasião, ele se apresentou como um veterano na
empresa. "Mas lá "veterano" é
um homem afeminado de mais
idade, o que não se aplica ao
meu caso", conta.
Essa e outras gafes rendem
boas risadas, mas Agostinho
considera que o episódio foi um
ensinamento de que comunicação "é coisa séria".
Eduardo Vital, gerente de
contas da fabricante de software T-Systems, sofreu ao participar de uma reunião em inglês
com norte-americanos, japoneses e indianos. "Tivemos dificuldade para entender o que
os orientais diziam, por causa
do sotaque, e pedimos para que
escrevessem", afirma.
O problema vai além do idioma ou do sotaque. A forma como se fala influencia a comunicação e pode causar mal-entendidos. Os franceses, por exemplo, frequentemente falam que
algo "não está mal", querendo
dizer que "está bom".
"Para os brasileiros que não
conhecem os meandros do
francês, isso pode parecer
uma ofensa", aponta Sueli
Campos, gerente de recursos
humanos da Rhodia.
Para complicar, parte da
comunicação dessas equipes é
feita por escrito, o que dá margem a interpretações erradas.
Por isso, algumas empresas
fazem atas das reuniões virtuais, para que os participantes
revisem o que foi decidido.
Reporte
A hierarquia é outro foco de
problema que atinge quem trabalha em equipes horizontais.
"Às vezes o profissional responde para executivos que
competem entre si, o que pode
causar conflitos sérios", comenta Mara Turolla, consultora da Career Center.
"Os problemas podem ser
evitados se os executivos estão
alinhados", ensina Carlos Lanfredi, da Eaton.
Ele fala com propriedade: um
de seus pares chineses compartilha com ele a gestão de dois
funcionários. Para manter o
ritmo de trabalho e se atualizar,
os gestores procuram estar
sempre em contato.
(JV)
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