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TRABALHO NO RAIO-X
Indústria tem maior ligação entre doença e profissão
Setores como os de carvão mineral, madeira e petróleo são campeões
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os ramos da extração de carvão mineral, da fabricação de
produtos de madeira, da reciclagem e da fabricação de coque e refino de petróleo estão
entre os que mais apresentaram nexo técnico da ocorrência
com o trabalho em 2007.
Segundo o estudo da UnB,
esses são os setores que tiveram a maior proporção de benefícios acidentários (ligados à
atividade laboral) em relação
aos benefícios previdenciários.
"Toda a área industrial é
muito propensa a lesões", analisa Anadergh Barbosa-Branco,
da UnB. "O setor de carvão
mineral é pequeno, mas de altíssimo risco e campeão de
afastamentos", acrescenta.
Na última segunda-feira,
uma explosão em uma mina
em Lauro Müller, a 209 km de
Florianópolis (SC), causou a
morte de dois trabalhadores e
deixou diversos feridos.
Ainda assim, tanto o sindicato dos trabalhadores como a
entidade patronal ressaltam os
esforços para diminuir ocorrências -um "trabalho imenso
com a questão da segurança",
diz Cléber Gomes, engenheiro
do Siecesc (Sindicato da Indústria da Extração de Carvão do
Estado de Santa Catarina).
No setor petrolífero, também
campeão de nexo entre ocorrência e trabalho, as preocupações já ultrapassam o campo
das refinarias e siderúrgicas.
De acordo com Luiz Sérgio
Brandão de Oliveira, coordenador da Comissão Nacional do
Benzeno, em breve será estudada a situação de profissionais
de distribuidoras e comércios
de combustível, que também ficam expostos ao produto.
Informal
Para Alberto Ogata, diretor
do Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo) e presidente da ABQV
(Associação Brasileira de Qualidade de Vida), os setores campeões em doenças e acidentes
são aqueles em que há mais empresas na informalidade.
Ele ressalta que há grandes
indústrias siderúrgicas, de alimentos e elétricas com "nível
baixíssimo de acidentes".
"Na maioria das grandes empresas, o tema está em elevada
prioridade, mas, quanto menor
o porte, maior a dificuldade para as firmas serem bem preparadas", diz Emerson Casali, gerente-executivo de relações do
trabalho e desenvolvimento associativo da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Luís Carlos de Oliveira, coordenador do DSST do Sindicato
dos Metalúrgicos de São Paulo,
afirma que falta empenho das
empresas para deixar o ambiente de trabalho mais seguro.
"Os acidentes acontecem por
falta de gestão responsável."
"Às empresas cabe cumprir
as normas de segurança e saúde
do trabalho expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Aos trabalhadores cabe observar as normas expedidas
pela empresa", finaliza Casali.
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