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ETÁGIOS E TRAINEES
Oferta de vagas para portadores de deficiência ainda é reduzida
Segundo entidades, faltam preparo e conscientização das empresas
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A universitária Camila Lima,
20, tem uma rotina agitada:
acorda cedo e pega um ônibus
para ir à faculdade, onde cursa
o segundo ano de pedagogia.
Em seguida, vai direto para o
estágio, no centro de São Paulo.
No fim do dia, são mais duas
conduções até chegar em casa,
onde ajuda nas tarefas do lar.
Deficiente visual, Lima diz lidar com tudo isso muito bem.
A estudante é revisora de livros em braile e estagia na Secretaria Especial da Pessoa
com Deficiência, da Prefeitura
de São Paulo. "Sinto-me motivada, pois sou útil."
A futura pedagoga, no entanto, é exceção. Muitos deficientes não têm acesso a estágios.
O Nube (Núcleo Brasileiro de
Estágios), por exemplo, ofereceu vagas para apenas oito
estudantes portadores de necessidades especiais em 2005.
Segundo a entidade, "muitas
empresas não têm estrutura
para receber os deficientes".
Para Luiz Bertelli, presidente-executivo do Ciee (Centro
de Integração Empresa-Escola), a maior dificuldade para o
deficiente conseguir uma vaga
de estágio é a cultura do mundo
empresarial. Mas ele diz que isso pode ser revertido. "Nosso
esforço é mostrar que pessoas
especiais trazem benefícios à
empresa, que se traduz em diversidade no ambiente."
Atualmente, a entidade tem
disponíveis 37 vagas para esse
público no Estado de São Paulo.
Antes de preenchê-las, os candidatos passarão pelo crivo do
estagiário e aluno de administração Alexandre Gomes, 20.
O estudante, que não tem uma
das mãos, é responsável pela
triagem de currículos de portadores de necessidades especiais candidatos às vagas.
Gomes considera o trabalho
estimulante: "Quando os deficientes vêm aqui, saem felizes
por perceber que há "gente como a gente" no mercado".
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