S?o Paulo, domingo, 13 de março de 2011

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ENTREVISTA

Sem tempo, executivo escolhe cursos modulares

Versão concentra estudos em uma semana e dispensa reuniões semanais

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

Os cursos de MBA continuam queridinhos dos executivos, mas uma nova versão começa a conquistá-los. A procura por cursos modulares, em que os alunos se reúnem por uma semana a cada dois ou três meses, tem aumentado mais do que aqueles em que o estudante tem de frequentar a as salas de aula semanalmente.
É o que afirma Carlos Hornstein, um dos diretores do Iese Business School, escola de negócios que figura entre as melhores nos rankings globais de MBAs.
Em entrevista à Folha durante sua passagem pelo Brasil, Hornstein, que foi gestor de multinacional por 12 anos, fala também sobre a solidão de executivos e, como os cursos ajudam a reduzi-la e sobre a dificuldade de formação de times globais.

 

Folha - As escolas de negócios têm lançado modalidades de cursos modulares, em que os alunos se reúnem durante uma semana inteira a cada dois ou três meses. Você acha que essa modalidade tem tido aumento de procura?
Carlos Hornstein - Diria que as duas modalidades, a regular -em que o aluno frequenta a escola toda semana-, e a modular, têm muita procura. Mas, sim, tem aumentado o número de interessados pelos cursos modulares.

Qual a razão para isso?
Para muitos executivos, é difícil ter um compromisso semanal além dos estudos necessários para acompanhar o programa. Nesses casos, o curso modular é mais interessante.
Em compensação, percebemos que os programas semanais permitem a aplicação do que eles aprendem em sala de aula quase que automaticamente.

Qual é a principal dificuldade dos executivos?
A solidão. O executivo que está no topo não tem com quem compartilhar dúvidas.
Quando fazem uma pós-graduação, conhecem pessoas com os mesmos problemas e as mesmas questões, e podem compartilhá-los com elas, o que é outro benefício desse tipo de curso.
Outra dificuldade é como adaptar suas empresas para o mundo globalizado.

Ainda mais quando eles têm de lidar com culturas diversas e times globais.
Exatamente.
Fizemos um programa para executivos envolvendo gestores de alguns países da América Latina. Tínhamos ali no grupo um brasileiro, um chileno, um venezuelano e um dominicano.
Apesar de eles estarem tão próximos geográfica e culturalmente, conseguíamos perceber as diferenças de cada um deles.
Então, convidamos um saudita para participar da turma. E foi como se os latinos virassem um só, porque as diferenças entre eles e o saudita eram gritantes.

O que você destacaria dessa experiência?
Bem, nos países árabes, a questão da mulher no mercado de trabalho continua a ser bastante polêmica.
Ainda que esse executivo da Arábia Saudita tivesse a visão um pouco mais aberta do que seus conterrâneos, ele tinha de convencer todos os outros homens da empresa em que trabalhava a, por exemplo, aceitarem uma mulher trabalhando com eles. As discussões foram bem interessantes.


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