São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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Perito criminal vive o lado real da ação mostrada na TV

MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em diversos filmes e seriados de TV, os peritos criminais analisam a cena de um assassinato, colhem amostras de fluidos e impressões digitais e, assim, determinam o culpado.
A realidade dos profissionais tem pontos em comum com a ficção: os peritos criminais são responsáveis por fazer uma investigação científica dos vestígios e fechar um laudo.
O ritmo e a carga de trabalho, no entanto, são diferentes. "A rotina é muito mais corrida do que no seriado de TV", assinala Adilson Pereira, 48, perito criminal e diretor do Núcleo de Física do Instituto de Criminalística de São Paulo.
Os peritos atuam não só em homicídios mas também em acidentes como os de trânsito e avião, crimes contra o patrimônio e desabamentos. Em um dia, atendem até quatro casos.
Oriundos de diversas áreas -o concurso público para o cargo exige somente graduação completa-, os profissionais recebem formação complementar na Academia de Polícia.
O curso, com 900 horas-aula, ensina disciplinas ligadas às áreas forenses. O concursado aprende a atender a crimes em campo, recolher e pedir exames e manejar armas de fogo.

Carreira
Depois dessa formação, os peritos são alocados nas cidades do Estado de São Paulo. Uma parte atua em campo, e outra, em laboratórios.
Eles ingressam como peritos de quinta classe e sobem na hierarquia. A promoção se dá por tempo de serviço e por mérito. "A função dele é resolver o caso -isso não é mais do que sua obrigação", aponta Pereira, que é físico de formação e perito de primeira classe.
Em casos de grande repercussão, quando o trabalho dos peritos passa pelo escrutínio da sociedade e da mídia, a tensão aumenta -mas a dedicação deve ser a mesma, tanto nos casos famosos como nos anônimos.
"Deve-se tomar cuidado para que o estresse não prejudique o raciocínio", diz Pereira. Ele acrescenta que, mesmo nos casos mais emocionantes, "ao lidar profissionalmente com eles, é preciso ser frio e analisar tudo como vestígio".


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