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concursos
Perito criminal vive o lado real da ação mostrada na TV
MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em diversos filmes e seriados
de TV, os peritos criminais analisam a cena de um assassinato,
colhem amostras de fluidos e
impressões digitais e, assim,
determinam o culpado.
A realidade dos profissionais
tem pontos em comum com a
ficção: os peritos criminais são
responsáveis por fazer uma
investigação científica dos vestígios e fechar um laudo.
O ritmo e a carga de trabalho,
no entanto, são diferentes. "A
rotina é muito mais corrida do
que no seriado de TV", assinala
Adilson Pereira, 48, perito criminal e diretor do Núcleo de
Física do Instituto de Criminalística de São Paulo.
Os peritos atuam não só em
homicídios mas também em
acidentes como os de trânsito e
avião, crimes contra o patrimônio e desabamentos. Em um
dia, atendem até quatro casos.
Oriundos de diversas áreas
-o concurso público para o
cargo exige somente graduação
completa-, os profissionais recebem formação complementar na Academia de Polícia.
O curso, com 900 horas-aula,
ensina disciplinas ligadas às
áreas forenses. O concursado
aprende a atender a crimes em
campo, recolher e pedir exames
e manejar armas de fogo.
Carreira
Depois dessa formação, os
peritos são alocados nas cidades do Estado de São Paulo.
Uma parte atua em campo, e
outra, em laboratórios.
Eles ingressam como peritos
de quinta classe e sobem na
hierarquia. A promoção se dá
por tempo de serviço e por mérito. "A função dele é resolver o
caso -isso não é mais do que
sua obrigação", aponta Pereira,
que é físico de formação e perito de primeira classe.
Em casos de grande repercussão, quando o trabalho dos
peritos passa pelo escrutínio da
sociedade e da mídia, a tensão
aumenta -mas a dedicação deve ser a mesma, tanto nos casos
famosos como nos anônimos.
"Deve-se tomar cuidado para
que o estresse não prejudique o
raciocínio", diz Pereira. Ele
acrescenta que, mesmo nos casos mais emocionantes, "ao lidar profissionalmente com
eles, é preciso ser frio e analisar
tudo como vestígio".
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