São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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Idioma só emerge com foco definido

Imersão em inglês é recomendada para casos específicos, como reuniões fora do Brasil

CÁSSIO AOQUI
EDITOR-ASSISTENTE DE EMPREGOS E CARREIRAS

À primeira vista, é tentadora a proposta de trocar um longo semestre de aulas de inglês por apenas cinco dias de estudo. Melhor ainda quando se trata de um fim de semana em um hotel em meio à natureza.
Assim é a imersão em língua inglesa -método superintensivo cada vez mais popular entre executivos e outros profissionais em que os estudantes passam no mínimo nove horas diárias em contato com o idioma.
Antes de se aventurar em um curso desse tipo, porém, o candidato precisa ter em mente que sua eficácia depende de uma série de variáveis.
O aspecto principal, segundo educadores ouvidos pela Folha, é o objetivo de aprendizado. Esse formato é propício a quem precisa suprir necessidades específicas do idioma.
"A imersão serve para complementar os conhecimentos que faltam ao aluno em certas situações. Não adianta querer aprender tudo em poucos dias", ressalta a coordenadora de cursos de idiomas do Senac São Paulo, Vera Silva dos Santos. Ela exemplifica: "É indicado para quem fará uma apresentação em inglês ou terá uma reunião de negócios no exterior".
Para a professora de metodologia e prática de ensino da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) Ligia Paula Couto, é preciso ficar claro para o aluno que a imersão não substitui as horas de dedicação ao estudo de uma língua estrangeira para atingir a fluência.
"O estudante não deve tentar compensar as lições que não fez e as faltas com um curso desses. Para atingir a fluência, é preciso um trabalho contínuo", diz.
Ter um nível mínimo de conhecimento, portanto, é pré-requisito. "Só vale a pena a partir do módulo intermediário", assinala a professora doutora em lingüística aplicada da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Heloisa Collins.

Um ano depois
Na avaliação de Lúcio Sardinha, diretor comercial da UP Language, a vantagem do su-perintensivo é "estimular o estudante a pensar em inglês".
"É um tratamento de choque, mas que, no fim, me fez até sonhar em outro idioma", descreve a analista de qualidade Erika Gmurczyk, 30, que participou de um fim de semana de imersão por intermédio da Folha e a convite da English Village.
Há um ano, em entrevista ao caderno Empregos e Carreiras, Gmurczyk contou sobre sua dificuldade de adquirir a fluência de que necessitava. "Continuei estudando e senti a evolução quando comandei uma reunião de trabalho por telefone em inglês", recorda.
Segundo ela, o método lúdico da imersão ajuda a "destravar" a língua. Outra vantagem que menciona é a criação de uma rede de contatos. "Mas é preciso ter conhecimento mínimo. Alguns integrantes do meu grupo não conseguiram acompanhar bem os exercícios e saíram chateados", salienta.


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