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Idioma só emerge com foco definido
Imersão em inglês é recomendada para casos específicos, como reuniões fora do Brasil
CÁSSIO AOQUI
EDITOR-ASSISTENTE DE EMPREGOS E CARREIRAS
À primeira vista, é tentadora
a proposta de trocar um longo
semestre de aulas de inglês por
apenas cinco dias de estudo.
Melhor ainda quando se trata
de um fim de semana em um
hotel em meio à natureza.
Assim é a imersão em língua
inglesa -método superintensivo cada vez mais popular entre
executivos e outros profissionais em que os estudantes passam no mínimo nove horas diárias em contato com o idioma.
Antes de se aventurar em um
curso desse tipo, porém, o
candidato precisa ter em mente
que sua eficácia depende de
uma série de variáveis.
O aspecto principal, segundo
educadores ouvidos pela Folha, é o objetivo de aprendizado. Esse formato é propício a
quem precisa suprir necessidades específicas do idioma.
"A imersão serve para complementar os conhecimentos
que faltam ao aluno em certas
situações. Não adianta querer
aprender tudo em poucos dias",
ressalta a coordenadora de cursos de idiomas do Senac São
Paulo, Vera Silva dos Santos.
Ela exemplifica: "É indicado
para quem fará uma apresentação em inglês ou terá uma reunião de negócios no exterior".
Para a professora de metodologia e prática de ensino da
UEPG (Universidade Estadual
de Ponta Grossa) Ligia Paula
Couto, é preciso ficar claro para
o aluno que a imersão não substitui as horas de dedicação ao
estudo de uma língua estrangeira para atingir a fluência.
"O estudante não deve tentar
compensar as lições que não fez
e as faltas com um curso desses.
Para atingir a fluência, é preciso um trabalho contínuo", diz.
Ter um nível mínimo de conhecimento, portanto, é pré-requisito. "Só vale a pena a partir do módulo intermediário",
assinala a professora doutora
em lingüística aplicada da
PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Heloisa Collins.
Um ano depois
Na avaliação de Lúcio Sardinha, diretor comercial da UP
Language, a vantagem do su-perintensivo é "estimular o estudante a pensar em inglês".
"É um tratamento de choque,
mas que, no fim, me fez até sonhar em outro idioma", descreve a analista de qualidade Erika
Gmurczyk, 30, que participou
de um fim de semana de imersão por intermédio da Folha e
a convite da English Village.
Há um ano, em entrevista ao
caderno Empregos e Carreiras, Gmurczyk contou sobre
sua dificuldade de adquirir a
fluência de que necessitava.
"Continuei estudando e senti a
evolução quando comandei
uma reunião de trabalho por
telefone em inglês", recorda.
Segundo ela, o método lúdico
da imersão ajuda a "destravar"
a língua. Outra vantagem que
menciona é a criação de uma
rede de contatos. "Mas é preciso ter conhecimento mínimo.
Alguns integrantes do meu grupo não conseguiram acompanhar bem os exercícios e saíram chateados", salienta.
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